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Agronegócios
Terça - 04 de Maio de 2004 às 09:09
Por: Suzi Bonfim

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Duas equipes de técnicos da Missão da União Européia (UE) estão em Mato Grosso vistoriando o sistema de defesa animal do Estado, principalmente, em relação ao combate à febre aftosa. Uma equipe está visitando os frigoríficos de São José dos Quatro Marcos e de Araputanga - que estão entre os sete frigoríficos credenciados para exportar carne bovina em Mato Grosso e, outra equipe, está percorrendo propriedades e os escritórios do Instituto de Defesa Agropecuária, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder), em Cuiabá e Tangará da Serra. A missão técnica é formada por representantes da França, Portugal, Dinamarca, Alemanha e Espanha. Mato Grosso tem 24.700.245 de cabeças de gado para atender a demanda dos países que formam a EU: 25 países onde vivem 450 milhões de pessoas.

A missão técnica está no Brasil desde a semana passada e já visitou as cidades de Nova Andradina e Ponta Porã em Mato Grosso do Sul. Em território mato-grossense , o roteiro que incluía o município de Lucas do Rio Verde na vistoria foi alterado. Para o Governo do Estado, a maior perspectiva em relação à visita técnica da Missão Européia é manter a habilitação dos 90 municípios credenciados para exportar carne bovina em Mato Grosso e viabilizar a habilitação de mais 52 municípios que hoje estão fora do mercado internacional. “O volume de exportações de carne do Estado é crescente e nós precisamos consolidar o mercado já conquistado e ampliá-lo ainda mais com o credenciamento dos municípios que ainda não estão habilitados. Os procedimentos de defesa animal são os mesmos em todo o Estado, por isso vamos pleitear a inclusão dos que faltam”, disse o secretário de Desenvolvimento Rural, Homero Pereira.

Em uma reunião realizada na manhã desta segunda-feira (03/05) na delegacia federal de Agricultura em Mato Grosso (DFA/MT), os técnicos europeus ouviram detalhes do Programa de Estadual de Erradicação da Febre Aftosa, conheceram os detalhes do serviço de defesa sanitária animal, do calendário de vacinação, da capacidade técnica e operacional do Indea neste processo - de veículos aos meios de comunicação - da fiscalização do trânsito dos animais e do resultado negativo do levantamento soro-epidemiológico realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Mato Grosso nos meses de outubro e novembro de 2003.

A Missão Européia também vai avaliar o processo de rastreabilidade do rebanho bovino de Mato Grosso. O Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), implantado em março de 2002, pelo Mapa, ainda não foi totalmente implantado no país. Segundo o representante do departamento de Defesa Animal do ministério, Orasil Romeu Bandini, o sistema está apenas no início e, diante de alguns problemas já deitados, está sendo aprimorado. “Para que a carne bovina seja exportada para a União Européia o gado tem que ser rastreado e eles (os técnicos da missão européia) querem conhecer o processo de certificação”, ressaltou o representante do Mapa. Mato Grosso tem duas empresas credenciadas para realizar a certificação da origem animal do rebanho.

O presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso, Zéca de Ávila, que participou da reunião com os técnicos europeus reclama do custo atual para a certificação do rebanho. “O custo é alto. São R$ 4,80 por cabeça. O ideal seria custo zero porque o pecuarista encarece a produção, mas vende barato”, contabilizou o presidente da Famato. Para o representante do Mapa, o pecuarista não avaliou as vantagens que ele terá com o Sisbov ao comercializar a produção. “Em Mato Grosso do Sul, os pecuaristas estão comercializando com uma diferença de R$3,00 em relação ao gado não rastreado”, garantiu Bandini. A Missão Européia encerra a vistoria no Estado nesta quarta-feira e na quinta-feira faz uma avaliação final em Brasília.

MAIS EXPORTAÇÂO – A visita da Missão Européia faz parte da estratégia do Governo Maggi de ampliar o mercado para carne mato-grossense. O secretário Estado de Desenvolvimento Rural, Homero Pereira, disse que ainda este ano, Mato Grosso deve receber a visita de técnicos americanos para avaliar a sanidade animal do rebanho. “Temos chances de conseguir exportar carne in natura para os Estados Unidos, o que ainda não acontece”, acredita Pereira. A viagem à China, no próximo dia 20 de maio, é mais uma investida governamental para atrair o consumidor internacional.

Em 2004, entre os meses de janeiro e março, segundo dados do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Industrias de Mato Grosso (Fiemt), foram comercializados mais de US$ 39,850 milhões em carne, 69,61% deste volume foi de carne bovina. De acordo com o Mapa, em 2003 foram exportados para a União Européia, até então com 15 países, 491,794 mil toneladas de carne bovina.




Fonte: Secom - MT

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