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Cultura
Domingo - 02 de Maio de 2004 às 18:39
Por: Nelson Francisco/Raquel Teixei

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O palco do 20º Festival de Inverno é um cenário exuberante que encanta pela suas belezas, algumas das quais já conhecidas, outras, nem tanto: suas nascentes e mistérios fazem de Chapada dos Guimarães a meca do esoterismo, misticismo e ecoturismo. Geofisicamente, a região caracteriza-se pela presença do complexo da Chapada, elevado planalto que se estende pelo Município, atingindo grandes altitudes, chegando a 840 metros.

Este complexo cristalino feito por camada de arenito vermelho apresenta uma série de canyons e ruínas das mais curiosas formas. Suas escarpas são abruptas em virtude de serem as camadas superiores constituídas das rochas mais resistentes que as inferiores, podendo-se observar a predominância de sedimentos arenosos conglomeráticos na base e sedimentos finos na porção superior.

Cultura, turismo, entretenimento, artes e espetáculos, o local do festival é nada mais nada menos que uma das regiões mais antigas do planeta, localizada no planalto central brasileiro, com uma paisagem que reúne várias eras geológicas. Estudos revelam que há 500 milhões de anos havia uma grande camada de gelo sobre a região. Há 300 milhões de anos era fundo de mar, e há 150 milhões de anos cedeu lugar a um deserto que cobriu toda a região.

NATUREZA – Pesquisas apontam ainda que há 64 milhões de anos uma densa vegetação servia de alimentos aos animais pré-históricos, como os dinossaouros, até serem extintos. No entanto, há 15 milhões de anos ocorreu a modificação mais marcante na paisagem, com o surgimento da Cordilheira dos Andes, a região onde hoje é a planície pantaneira, que afundou, criando então a obra da Chapada com uma diferença de altura vertical de mais de 350 metros.

Beleza encantadora, localizada entre os oceanos Pacífico e Atlântico, Chapada contagia o visitante por suas formações rochosas. Mas não é só isso: nesta vastíssima região do cerrado mato-grossense encontra-se centenas de nascentes cristalinas, cavernas, grutas, corredeiras, muitas trilhas que nos levam a uma nova e estonteante descoberta do maior potencial para o turismo de aventura, de esportes radicais, esoterismo e misticismo.

O Município é um dos principais divisores de águas da América Latina. Do alto de seus mirantes, rios e nascentes descem as águas que correm para o Pantanal, indo desaguar na Bacia Platina. Ao Norte, as águas de suas nascentes banham a Bacia Amazônica. Seus principais cursos d’água são: Rio da Casca, Rio Manso, Jangada, Quilombo e Roncador.

Próximo à cidade, na Serra do Atimã, nasce o Rio Coxipó, que após 15 km de percurso desce de um só golpe a escarpa, num salto de 85 m de queda livre, a Cachoeira Véu de Noivas. Existem inúmeros outros cursos d’água em região próxima a cidade, propiciando inúmeras cachoeiras, características dos rios e ribeirões da região.

A paisagem, a fauna e a flora são tão ricas que o Governo Federal transformou 33 mil hectares em Parque Nacional. A bucólica cidadezinha de Chapada dos Guimarães teve seu nome dado por portugueses, em homenagem a uma cidade do norte de Portugal, chamada Guimarães.

ESTRUTURA – A sede do município de Chapada dos Guimarães está a 62 km de Cuiabá, capital do Estado, cujo acesso se dá por estrada asfaltada, bem conservada e com sinalização apropriada. A única forma de se chegar a Chapada dos Guimarães é através de ônibus, automóveis ou “vans”. O aeroporto está localizado em Cuiabá, em uma distância de 60 Km.



Atualmente, o turismo do município está voltado para os segmentos ecológico e ambiental /climático. Como forte atrativo natural oferece abundantes acervos na grande extensão do Parque Nacional e nos distritos que estão contidos na sua extensão territorial, que é de 6.494,02 km².

A cidade conta com uma infra-estrutura para hospedagem, alimentação, agências de turismo receptivo com roteiros turísticos formatados, além do CAT – Centro de Apoio ao Turismo.

Existem duas versões para o nome de Chapada dos Guimarães. Alguns dizem ser referente a uma família antiga da região e outros afirmam ser uma homenagem a uma cidade do norte de Portugal.

O significado do nome origina-se do termo “Klappa” de origem desconhecida, adaptado ao latim “Planum” significando planalto, chapada.

HISTÓRIA – Os fundamentos históricos de Chapada dos Guimarães são contemporâneos aos de Cuiabá. A fundação oficial do núcleo que originou o atual município de Chapada dos Guimarães deu-se no ano de 1751.

O primeiro homem branco a instalar-se em Chapada dos Guimarães foi o paulista Antônio de Almeida Lara que, por volta de 1722, já estava abrindo a sua fazenda, depois engenho do Buriti. Lara chegou a Cuiabá em 1720 numa das levas de bandeirantes pioneiros. Em 1721, como fazia pesquisas auríferas Rio Coxipó acima, tudo leva a crer tenha sido ele um dos fundadores do Arraial da Forquilha.

A primeira denominação foi Sant’Ana da Chapada, nome da célebre missão dos jesuítas comandada pelo padre Estevão de Castro. Mais tarde, o nome foi alterado para Chapada de Cuiabá. Não demorou muito e o nome foi novamente modificado, desta feita para Sant’Ana da Chapada de Guimarães. Nesta ocasião governava a Capitania de Mato Grosso o Capitão General Luiz Pinto de Souza Coutinho - Visconde de Balsemão -, que, acatando sugestão de portugueses naturais da cidade de Guimarães, acrescentou à denominação de Sant’Ana da Chapada o termo "de Guimarães". Outra fonte dá o termo como homenagem ao Duque de Guimarães, por imposição do mesmo Visconde de Balsemão.

Em 1814, o povoado foi elevado à categoria de Freguesia. Através da Lei Provincial nº 219 de 11 de dezembro de 1848, a localidade transformou-se em Distrito Administrativo. O Distrito de Paz de Chapada foi criado em 1875. O município, com o nome de Chapada dos Guimarães, foi criado em 15 de dezembro de 1953, através da Lei Estadual nº 701.

Em 1994, a Assembléia Legislativa de Mato Grosso pretendeu retornar a denominação de Chapada dos Guimarães para Chapada de Guimarães. A lei foi vetada pelo executivo permanecendo Chapada dos Guimarães. A cidade comemora duas datas especiais: 26 de julho, festa de Nossa Senhora de Sant’Ana, padroeira da cidade, e 31 de julho, aniversário do município.

O município faz limite com as cidades e Nova Brasilândia, Campo Verde, Santo Antônio do Leverger, Rosário Oeste e Cuiabá e conta com dois distritos: Praia Rica e Água Fria, além da sede. A população da cidade está estimada em 9.452 habitantes e na zona rural, 6.303.




Fonte: Secom - MT

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