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Polícia Brasil
Sábado - 24 de Abril de 2004 às 13:14
Por: Sérgio Fernandes

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Apesar das investigações apontarem o ex-suplente de vereador Luís Antônio de Oliveira (Peba) como o mandante do assassinato do vereador Daniel Lopes da Silva - popular Daniel do Indea, o caso ainda está longe de ter uma solução. É o que afirma o advogado Valter Caetano Locatelli, defensor do acusado.

Segundo Locatelli, há muitas indagações e dúvidas que ainda permanecem em torno do caso. A tese da defesa é de negativa de autoria e/ou mando do crime por parte de Peba, que está sob custódia na capital. "Muitas coisas precisam ser esclarecidas e por isso, se prevê uma mudança profunda na condução do processo", disse. Peba será ouvido no próximo dia 18, às 13h10, na 15ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá. Conforme Locatelli, a defesa estará presente no depoimento, assim como a acusação, em função da reforma no Código de Processo Penal.

O defensor alega que há muitas versões para o caso, e que não há provas contra o seu cliente. Até mesmo, segundo Valter Locatelli, os depoimentos de Oclair José Francisco - Dunguinha, e Ediley Aparecido da Silva (Dirley), tidos como os executores a mando de Peba, dão margem a dúvidas. "O Dunguinha disse que foi coagido", observou o advogado, lembrando que se isso for mesmo confirmado, o depoente deverá ser absolvido. Dirley, por sua vez, segue negando seu envolvimento no caso.

COINCIDÊNCIAS - No entanto, Locatelli se diz intrigado com alguns fatos que considera "muito coincidentes".

O defensor recorda que alguns meses após o assassinato de Daniel do Indea, o delegado responsável pelo inquérito, Ronan Gomes Villar, recebera um depoimento de um dos suspeitos de autoria dos disparos que mataram o vereador Daniel, José Adílson dos Santos. O depoimento foi colhido na cidade de Quatá, no interior paulista.

José Adílson afirmou no depoimento que fora procurado por Peba para realizar a execução.

Ao afirmar não ter aceitado o "serviço", José Adílson passou de suspeito a testemunha. "Curiosamente", recorda Locatelli, a mesa diretora da Câmara Municipal contratou em 2002 o advogado Irineu Marcelo, de Quatá-SP, para prestar assessoria ao Legislativo no caso da cassação de vereadores envolvidos no episódio conhecido como Escândalo da Água, em cujo contexto nove vereadores foram acusados de receber propina para votar favoravelmente à concessão dos serviços de água e esgoto à iniciativa privada. Irineu Marcelo também prestou assessoria no hoje anulado processo de cassação do prefeito Jaime Muraro. Outra curiosidade apontada por Locatelli: o advogado Irineu Marcelo, após a cassação do prefeito Jaime Muraro, foi parar na Prefeitura Municipal na condição de assessor do Executivo, à época comandado pela prefeita Ana Maria Monteiro de Andrade. Primeiro, Marcelo foi nomeado Assessor de Imprensa, e depois Assessor Jurídico. "São muitas coincidências", disse Valter Locatelli, dando a entender que haveriam interesses políticos no desenrolar dos fatos.

Valter Caetano Locatelli reafirmou que nos próximos dias haverá uma reviravolta na condução do processo referente ao assassinato do vereador Daniel Lopes da Silva. "Há muito que esclarecer neste caso. Vamos esclarecer tudo isso e expor os equívocos cometidos durante o andamento de um inquérito do qual se aproveita não mais que 50 páginas. O restante é somente besteira", finalizou.




Fonte: Correio Varzea Grandense

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