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Politica Brasil
Sábado - 24 de Abril de 2004 às 12:16
Por: Maria Nascimento

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As declarações do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto em Cuiabá, nesta semana, não têm apoio de pelo menos dois dos 24 parlamentares em Mato Grosso. Declarando que seria o “fim da ilegalidade”, o ministro anunciou que todas as pessoas que ocupam lotes irregularmente nos 329 assentamentos que existem no estado terão suas terras retomadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

“Na minha opinião vão criar um conflito muito grande. Alguns lotes têm até cinco posseiros em linha e a maioria investiu em benfeitorias. Acho que o governo deve reavaliar essa questão e analisar caso a caso para depois decidir o que fazer”, avaliou o deputado Dilceu Dal Bosco (PFL).

Segundo ele, existem casos problemáticos em alguns assentamentos que o Incra deve agir para uma regularização fundiária urgente e se, detectar essa necessidade em alguns casos, retomar o lote. “Mas sem generalizar a ação”, disse Dal Bosco.

O deputado Campos Neto (PFL) foi taxativo “tomar os lotes de quem já está na área sem investiu em melhorias e benfeitorias é injusto. Essa ação pode prejudicar muitos que compraram os lotes e investiram todos os recursos da família. Ora, este é um terceiro de boa fé e não pode ser penalizado pela ação de quem o vendeu”, analisou Neto.

O secretário chefe da Casa Civil, deputado licenciado Joaquim Sucena, também opinou: acho que o erro está na origem. Tem que ser avaliado. Tomar de que maneira? Se o contrato de repasse tiver uma cláusula de revisão pode se caracterizar má fé de duas ou mais partes, do contrário a retomada não pode ser efetuada”, afirmou.

Na opinião de Joaquim Sucena o governo federal deve agora, criar mecanismos para o repasse de lotes para evitar que essas ações continuem.

“Deve constar garantias nos novos contratos, de forma jurídica, a não proliferação da industria do grilo”, sugeriu. Segundo declarações do ministro Miguel Rosseto, o Incra constatou que pelo menos oito mil lotes estão ocupados de forma irregular em Mato Grosso.

No Brasil, 13% dos lotes de assentamentos não estão mais nas mãos dos posseiros originais. Rosseto esteve ontem (23) no município de Tangará da Serra para lançar a "Campanha de Moralização da Reforma Agrária nos Assentamentos do Médio Norte do Estado".




Fonte: Assessoria/AL

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