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Nacional
Quinta - 22 de Abril de 2004 às 13:13
Por: João Naves de Oliveira

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Campo Grande (MS) - O governo federal está negociando a compra de mais uma parte da Fazenda Itamaraty, situada em Ponta Porã, ao sul de Mato Grosso do Sul na divisa com o Paraguai. O imóvel é propriedade do empresário paulista Olacir de Moraes, que já foi maior produtor individual de soja no mundo. Ele vendeu em 2001 por R$ 27,5 milhões ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) 25.500 hectares da propriedade rural que tem um total de 100 mil hectares. É o Assentamento Itamarati, tido como o melhor modelo do gênero no Brasil, tendo entre várias benfeitorias um moderno sistema de irrigação que permite a produção de cereais durante o ano inteiro indiferente às condições climáticas.

A proposta de compra é 24 mil hectares e foi encaminhada hoje para Brasília. O projeto total tem valor de R$ 109 milhões, sendo R$ 75 milhões destinados somente à infra-estrutura, para assentar 3 mil famílias de sem-terra que estão acampadas há quatro anos nas proximidades da área. Segundo o superintendente regional do Incra, Luís Carlos Bonelli, para total transparência do negócio, o assunto foi discutido dia 19 último em audiência Pública na Assembléia Legislativa, com a participação de produtores rurais e líderes sem-terra.

Assentamento

A nova aquisição será anexada ao assentamento Itamaraty, que completará três anos de existência em dezembro deste ano. Na primeira safra, colhida em 2002, as 1.145 famílias titulares dos lotes tiveram um ótimo resultado, segundo análise do Incra. Somente os assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) produziram 900 toneladas de feijão. Também estão assentadas ali famílias ligadas à Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul (Fetagri) e à Associação dos Moradores e Ex Funcionários da Fazenda Itamaraty (Anfi).

Entre as benfeitorias, existe uma área com irrigação artificial medindo 8 mil hectares, pista asfaltada para pouso e decolagem de jatos e outras aeronaves executivas, restaurante, posto de gasolina, posto de saúde e escolas. No local é produzido leite, derivados de leite, cereais, horti-fruti-granjeiros e produtos orgânicos (sem defensivos e químicas agrícolas), sob encomenda de diversos países asiáticos e europeus.




Fonte: Redação/Secom - MT

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