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Nacional
Segunda - 05 de Abril de 2004 às 20:29
Por: Alexandre Rodrigues

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Rio - A economista Rosa Maria Gomes Feres, que conseguiu na Justiça o direito de fazer um transplante de medula óssea nos Estados Unidos às custas do plano de saúde, provavelmente terá de esperar mais um pouco pelo tratamento. Apesar de a Amil ter feito o desbloqueido dos R$ 750 mil depositados em juízo e se comprometido a remeter o dinheiro hoje, o hospital Mount Sinai, em Nova York, não havia acusado o recebimento do sinal de US$ 50 mil até o final da tarde. A Amil informou que fez o depósito, mas Rosa provavelmente terá de adiar o procedimento planejado para esta semana. Hoje era o último dia para ela se internar.

“Não houve a confirmação da Amil. Como já estamos acostumados, só vamos nos tranqüilizar quando realmente o dinheiro chegar”, disse Manzar Feres, filha de Rosa, sem esconder a decepção da família.

Rosa espera por uma definição com ansiedade. “Essa é uma coisa muito séria. Toda essa expectativa afetou ainda mais minha saúde e fiquei muito deprimida. Não queria ter de passar por isso”, lamentou. O irmão dela, que será o doador, tem reservas para viajar para Nova York amanhã.

A assessoria de comunicação da seguradora informou que o depósito do sinal foi feito hoje à tarde como forma de garantir a realização do procedimento médico até que a remessa de dinheiro do Brasil seja liberada pelo Banco Central. Hoje, um diretor da Amil falou pela primeira vez sobre o caso. O médico Antônio Jorge Kropf, diretor técnico da empresa, disse que a Amil não questionou a decisão judicial ao fazer o depósito em juízo e depois intermediar o desbloqueio, mas explicou as razões para a empresa recorrer.

Para Kropf, os planos de saúde não podem passar por cima da legislação atual, que só obriga as seguradoras a pagar por transplantes de córnea e rins. “Não posso dispor de recursos de terceiros sem estar de acordo com a lei. Sofremos controle, fiscalização. Tenho de prestar contas. O juiz pode decidir, eu não”, afirmou. Ele defende que a ampliação da cobertura na legislação seja seguida de aumento dos recursos públicos e privados para a saúde, mas ressaltou o impacto que essa medida poderia ter no aumento de mensalidades.

Andréa Salazar, surpervisora jurídica do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), explica que Rosa venceu a disputa na Justiça porque aderiu ao plano da Amil antes de 1999, data da atual legislação. Os segurados mais recentes estão desprotegidos se tiverem problema semelhante.




Fonte: Estadão.com

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