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Internacional
Segunda - 05 de Abril de 2004 às 20:15
Por: Paulo Cabral

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Washington - Importantes entidades não-governamentais americanas de controle de armas disseram que a resistência do Brasil a inspeções irrestritas da comunidade internacional em suas instalações nucleares é um "mau exemplo" para outros países, como o Irã.

"Se o Brasil decidiu que quer desenvolver tecnologia nuclear, é essencial que a comunidade internacional possa saber como isto está sendo feito. Senão, podemos começar a ouvir gente argumentando: se o Brasil pode, por que o Irã ou o Japão não podem?", disse John Cirincione, diretor do Projeto de Não-Proliferação do Carnegie Endowment for International Peace, uma das principais organizações pacifistas não-governamentais dos Estados Unidos.

John Cirincione disse que os Estados Unidos têm de liderar a discussão sobre um método para suprir o Brasil e outros países com suas necessidades de urânio para produção de energia, sem que estas nações tenham de fazer o processamento do material em suas próprias unidades.

O especialista avalia que, no caso do Brasil, uma negociação eficiente, mostrando ao país as vantagens de renunciar ao beneficiamento de urânio, deve ser o caminho.

"Os Estados Unidos não podem simplesmente dizer ao Brasil que pare com suas pesquisas, mas precisa ajudar a criar um pacote de condições que seja atraente para o governo brasileiro", disse o especialista.

O diretor de pesquisas da Associação de Controle de Armamentos, outro importante centro de estudos de Washington, Wade Boesie, defende a idéia apresentada pelo diretor da AIEA, Mohamed El-Baradei de "internacionalização" da produção de urânio enriquecido.

Boesie também disse que a intenção do Brasil de desenvolver sua capacidade de enriquecer urânio e a resistência do país a inspeções já são assuntos "que separadamente despertam preocupações na comunidade internacional".




Fonte: BBC BRASIL

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