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Politica Brasil
Segunda - 15 de Março de 2004 às 08:27
Por: João Carlos Caldeira

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Li nesta semana, o guia Serasa de Orientação ao Cidadão, editado anualmente, que neste ano tem na capa o casal de idosos que sensibilizou o país numa novela de televisão, e tem como título “Saiba como amadurecer mantendo a saúde, os direitos, o prazer e o bom humor”,(pode ser solicitado gratuitamente pelo telefone 65-623-4511-Cuiabá).

Aliás, a novela Mulheres Apaixonadas da Rede Globo, através do seu autor Manoel Carlos e dos artistas Osvaldo Louzada e Carmen Silva (91 e 87 anos de idade), conseguiram mobilizar todo país em prol dos direitos e da qualidade de vida da população idosa, terceira idade ou melhor idade (termo politicamente correto). O estatuto do idoso que estava parado na pauta de votação do congresso a mais de oito anos foi finalmente aprovado. Nunca se discutiu tanto o assunto, que para a maioria ainda é tabu e alvo de preconceito.

Em nossa cultura, valoriza-se muito a juventude, a beleza física e o potencial de consumo dos adolescentes, vinculando maior alegria e prazer de viver- na família, na mídia e nas campanhas de marketing – acentuando a característica hedonista , fundamentada na cultura do descartável, do novo em detrimento ao velho. Envelhecer é o exercício de viver, tanto que nas sociedades orientais é entendido como sabedoria. De maneiro oposta, no ocidente é notado pela alteração de algumas funções orgânicas.

O próprio adjetivo “ Velho “ nos dicionários é apresentado como: obsoleto, antiquado, ultrapassado e gasto pelo tempo. O envelhecimento da população é, hoje, um fenômeno mundial. No caso brasileiro os números demonstram essa nova realidade. Em 1940, a população com idade superior a 60 anos, era de 4% e em 2000 passou para 8.6% e representam 14,5 milhões de pessoas, segundo o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatísticas-IBGE, no censo de 2000.

Por meio do Censo, foi observado também que as famílias brasileiras com idosos estão em melhores condições econômicas que as demais. Segundo o IBGE 62,4 % dos idosos e 37,6% das idosas são chefes de família. Isso se deve aos benefícios previdenciários que funcionam como um seguro de renda vitalício e em muitos casos, única fonte de renda das famílias.

É preciso que o estado e toda a sociedade tenham a percepção de que vivemos num momento sem precedentes na história, que é o envelhecimento rápido de todas as populações do mundo, principalmente nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde –OMS, nunca houve o fato de um país ser pobre e estar envelhecendo. Os países desenvolvidos primeiro ficaram ricos, depois envelheceram.

Este é mais um grande desafio para a sociedade brasileira!

João Carlos Caldeira Empresário, jornalista, pós-graduado em administração de turismo, hotelaria e lazer. E-mail : joaocmc@terra.com.br




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