Prefeito de Ilhabela é cassado pela Justiça Eleitoral

São Paulo - A Justiça Eleitoral determinou nesta quinta-feira a cassação do prefeito de Ilhabela, Manoel Marcos de Jesus Ferreira (PTB). A sentença do juiz eleitoral de São Sebastião, Luiz Antonio Carrer, torna o prefeito inelegível por três anos a partir das eleições de 2004. As sanções atingem também o vice-prefeito, Antonio Carlos Cajado Simões.

A denúncia de ação foi protocolada pela então candidata a vereadora Mônica Gomes (PSDB), em 16 de dezembro. Ela afirma que o prefeito usou uma festa popular no Bairro do Portinho, no dia 18 de setembro, para fazer comício. Segundo Mônica, havia indícios de que Manoel Marcos empregou dinheiro público para montar a estrutura da festa e aproveitou para o comício.

A fita de divulgação e as fotos - que comprovam a realização do showmício no mesmo dia, hora e bairro da Festa da Primavera - foram juntadas ao processo. Na época, Mônica declarou que "as provas são escandalosas". O prefeito ainda pode recorrer, permanecendo no cargo. Outras irregularidades

Em março deste ano, o Estado denunciou o envolvimento do prefeito na venda irregular de terrenos em loteamentos que ficam dentro de área do Parque Estadual, que ocupa 85% do município. Ele é sócio de uma das imobiliárias envolvidas nas transações comerciais, a Ilhabela Imóveis. Na época, o prefeito disse que mantinha a sociedade, mas estava "afastado das funções".

Um laudo do Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais (DEPRN) apontava que 60% dos 190 lotes do loteamento apresentavam irregularidades. De acordo com o relatório, um dos lotes estava totalmente inserido e outros sete parcialmente dentro no Parque Estadual e na faixa de tombamento do Condephaat, na área denominada Morro do Elefante.