Tricampeão mundial pede craque do Brasileiro na seleção e corneta Fred Rivellino lamentou a ausência de Éverton Ribeiro e cobrou mais qualidade no ataque

Poucas pessoas têm mais propriedade que Roberto Rivellino para falar de seleção brasileira. Tricampeão em 70, o ex-meia ainda ostentou a camisa 10 do Brasil nas Copas de 74 e 78 e, por sua rebeldia e habilidade na perna esquerda, foi o ídolo de infância de ninguém menos que Diego Maradona. Mas, de acordo com o ex-craque de Corinthians e Fluminense, a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari deve reforçar o meio de campo e resgatar o chamado futebol arte se quiser conquistar o hexacampeonato em 2014.  

Em entrevista no São Paulo Golf Club, onde acontece nesta semana o Brasil Champions de golfe, Rivellino lamentou a falta de jogadores talentosos no setor de meio de campo e disse que o Brasil está atrás das principais seleções europeias em relação à qualidade técnica.  

— Por incrível que pareça, nós mudamos. Antigamente, o futebol arte era o que se jogava aqui. Hoje você vê Espanha, Alemanha, eles é que estão jogando bonito, o nosso futebol ficou mais baseado na força. Hoje nós temos mais qualidade técnica nos zagueiros do que nos homens da frente. Só temos o Neymar, que pode fazer a diferença no ataque.  

Perguntado sobre quais jogadores poderiam dar mais criatividade à Seleção Canarinho, Rivellino cobrou a convocação do meia Éverton Ribeiro, destaque do Cruzeiro no título nacional do ano passado. 

— Dois meses atrás acabou o Brasileirão e tivemos o Marcelo [do Atlético –PR] como revelação e o Éverton Ribeiro, que foi o craque do campeonato. E nós não temos, na seleção, um jogador como ele no meio de campo, mas ninguém fala do Éverton na seleção. Por quê? Ninguém mais cobra qualidade.  

Por fim, Rivellino afirmou que a seleção brasileira tem condições de chegar ao título em casa, mas deu uma sugestão a Luiz Felipe Scolari, por não confiar na forma física de Fred. 

— Se eu fosse o Felipão, como eu não sei em que condições físicas o Fred vai estar, eu não levaria um dos zagueiros. Eu levaria outro centro-avante. Temos o Leandro Damião, o Luis Fabiano, o Alan Kardec. Ele tem opções, ele poderia abrir mão de um zagueiro e, se precisar, ele poderia usar um volante improvisado.