Por pagamento, organização e produtores da abertura da Copa divergem

A Copa do Mundo terá início no dia 12 de junho, em São Paulo, na Arena Corinthians. A festa de abertura já está definida, mas ainda com polêmica. Isso porque, segundo o jornal "Folha de S. Paulo", a organização diverge com os produtores do espetáculo.

Segundo a reportagem, Alan Cimerman, CEO da Team Spirit, empresa contratada pelo Comitê Organizador Local da Fifa para a festa de abertura, que contará com danças, ritmos e traços culturais típicos brasileiros, a organização está dando apoio financeiro às pessoas que trabalharão no evento. Cimerman se nega a chama-los de voluntários.

"Estamos trabalhando na capacitação de talentos para deixar um legado ao país", disse o empresário. Cerca de 1.200 pessoas irão trabalhar no evento de abertura da Copa do Mundo, sendo 60% deles voluntários de escolas de dança, circo, capoeira e ONG's.

"O Brasil tem muito talento, mas talvez ainda falte capacitação técnica. Por exemplo, não temos estrutura suficiente para achar bons profissionais em perna de pau. É preciso formá-los. Então esses alunos não estão trabalhando a troco de nada. Estamos oferecendo seguro-saúde, uniforme, refeições, transporte e um certificado de participação que vai valer muito", completou Cimerman.

A explicação dada pela organização não condiz com o mercado brasileiro. A reportagem ouviu mais de um produtor que relatou ter sido contatado para trabalhar de graça para a Team Spirit. "Estou há 22 anos no mercado e nunca vi coisa igual. Eles queriam nossos alunos e nossos instrutores trabalhando sem receber", disse Renato Ferreira, que tem uma companhia de circo.

"Quando lhes perguntei sobre o cachê, disseram que a verba era reduzida. Como assim? O Ronaldo faria isso de graça?", completou Ferreira, que teve 16 profissionais trabalhando na Copa da Alemanha recebendo em torno de 200 euros, ou cerca de R$ 654, por ensaio.