Copa cria vôo internacional e abre perspectiva de ampliar negócios de MT com a Bolívia
Jerjes Justiniano Talavera, embaixador da Bolívai no Brasil, defende voos diários de Santa Cruz para Cuiabá
A retomada de vôos internacionais do Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, com o Aeroporto de Viru Viru, em Santa Cruz de La Sierra, só foi possível por causa da Copa do Pantanal Fifa 2014 e da ousadia da Companhia Amaszonas Línea Aérea. A avaliação partiu do embaixador da Bolívia no Brasil, Jerjes Justiniano Talavera, que enalteceu a coragem da companhia aérea e a parceria demonstrada pelo governo de Mato Grosso e Ministério dos Transportes, via Empresa de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero).
“Existe uma forte ligação de Mato Grosso com a Bolívia. Contudo, é certo que, se Cuiabá não fosse uma das sedes da Copa do Mundo, talvez, fosse mais difícil implantar a nova linha da Amaszonas”, admitiu Jerjes Justiniano, após revelar que se tornou usuário do novo vôo. E a explicação é simples: é mais fácil ir de La Paz até Brasília, passando por Santa Cruz e Cuiabá, do que ir até São Paulo para, depois, “voltar” a Brasília.
Durante a Copa do Pantanal Fifa 2014, os vôos são diários. Depois, serão às terças e quintas-feiras, e também aos sábados. Já às segundas, terças e quintas-feiras, o vôo sai de Santa Cruz de La Sierra para Campo Grande – com retorno no mesmo dia, tal qual faz na sua freqüência no Aeroporto de Várzea Grande.
“Historicamente, o Brasil sempre esteve de costas para os irmãos sul-americanos. O [ex] presidente Lula começou a corrigir esse equivoco. E até onde sei, os turistas da América do Sul correspondem a 50% dos que visitaram o país, nos últimos anos, de acordo com o Ministério do Turismo brasileiro”, ponderou Justiniano Talavera.
Antes, para chegar a Santa Cruz, quem sai de Cuiabá era obrigado a ir até o Aeroporto Cumbica, em Guarilhos (SP), levando quase 11 horas, entre vôo e conexão. Com a ligação da Amaszonas Línea Aérea, os tempo foi reduzido para uma hora e 15 minutos.
Mesmo com pouca mídia, quase 20% dos turistas do Chile e Colômbia que vieram assistir às partidas de suas seleções, na Arena Pantanal, em Cuiabá, viajaram pela Amaszonas. “O voo atende a uma demanda crescente de turistas sul-americanos que visitam o Brasil. Os aeroportos brasileiros nunca receberam tantos passageiros quanto em 2013 e vão dobrar em 2014”, avaliou o empresário Oiram Gutierrez, dirigente do trade Turistico de Mato Grosso.
O aumento dos desembarques no Aeroporto Marechal Rondon foi impulsionado, nas últimas semanas, fortemente pelo crescimento de visitantes para a Copa do Pantanal. Some-se a isso, segundo Gutierrez, uma maior facilidade de financiamento dos bilhetes aéreos e o aperfeiçoamento dos programas de milhagem.
A aeronave da Amaszonas Línea Aérea tem capacidade para 50 passageiros. O gerente da empresa no Brasil, Dardo Gómez, argumenta que a previsão é que ainda este ano sejam lançados mais dois voos, com destino a Brasília e Foz do Iguaçu. O vôo de Brasília, partindo de La Paz, deve fazer escala em Santa Cruz e Cuiabá, a partir de 2015.
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