Vinte deputados da Alesp duplicam o patrimônio em 4 anos

Vinte dos 94 deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo mais do que duplicaram o patrimônio durante os quatro anos de mandato, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral. Todos são candidatos à reeleição. O salário mensal dos parlamentares é de R$ 26.723.

O maior aumento percentual de patrimônio foi da deputada Analice Fernandes, do PSDB: de R$ 288 mil para R$ 1.920.642, um crescimento de 567%. O aumento médio na renda dos parlamentares foi de 35%.

A assessoria da deputada informou que na declaração de 2010 "equivocadamente não constavam algumas aplicações. E durante o mandato houve uma redistribuição do patrimônio familiar. Algumas cotas do marido dela passaram para a Analice".

Em seguida vem Ed Thomas, do PSB, que passou de R$ 130 mil para R$ 843 mil em quatro anos, um incremento de 547%. A reportagem não conseguiu entrar em contato com o deputado.

Osvaldo Vergínio, do PSD, teve a terceira maior variação de renda de 282%: de R$ 345 mil em 2010 para R$ 1,3 milhão neste ano.

O parlamentar afirmou que o aumento no seu patrimônio foi provocado por uma "indenização recebida da Polícia Militar, de uma ação que estava correndo na Justiça desde 1988, e da venda de um imóvel na cidade de Itu". "Além disso economizei bem o meu salário."

Trinta e sete dos deputados da assembleia são milionários, sendo que dez deles assumiram esta condição durante o mandato. O mais rico é Antônio Curiati, do PP, que declarou patrimônio de quase R$ 16 milhões, apesar de ter perdido R$ 3 milhões desde que foi eleito.

Dez deputados declararam à Justiça terem ficado mais pobres durante o mandato. Quem mais perdeu dinheiro foi Leandro KLB, do PSD, que informou ter reduzido seu patrimônio em 71% durante o mandato. Em 2010, disse ter R$ 878.877, enquanto em 2014 declarou R$ 221.494.

Sebastião dos Santos, do PRB, foi o deputado que declarou o menor patrimônio: cerca de R$ 39 mil. Em 2010, ele tinha R$ 20 mil.