Chance de ebola chegar ao Brasil é “mínima”, dizem especialistas Saúde realizou simulações de atendimento em aeroportos de SP e RJ recentemente

O vírus do ebola já infectou mais de 7.000 pessoas e matou mais de 3.000 no oeste africano, mas a chance de a doença chegar ao Brasil é mínima, garantem os especialistas ouvidos pelo R7. O infectologista Jesse Alves, coordenador do Ambulatório de Medicina do Viajante do Instituto de Infectologia do Emílio Ribas, diz que os brasileiros não precisam entrar em pânico.

— As chances de o vírus viajar e chegar ao Brasil são pequenas e, mesmo se isso acontecer, todos os Estados estão preparados para atender este paciente.

A infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen, coordenadora do comitê científico de medicina do viajante da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia), alerta que “qualquer doença surge em qualquer país se as barreiras não forem implantadas”.

— Cartazes com orientações, questionários sobre a doença, informações divulgadas nos alto-falantes dos aeroportos e monitorização de voos de origem ou que fazem conexão em zonas de risco são atitudes que contribuem para minimizar os riscos.

A médica acrescenta que profissionais de saúde que trabalham em serviços de emergência, médicos da família e estudantes também precisam de treinamento para conseguir reconhecer o ebola.

— Sem conhecer a doença, não é possível dar o diagnóstico.

O pediatra e infectologista Marco Aurélio Sáfadi, da Santa Casa de São Paulo, enfatiza que o vírus não é transmitido pelo ar, mas “pelo contato com secreções, como saliva, fezes, urina, vômito e sêmen”.

— Durante o período de incubação do vírus, que geralmente é de uma semana, mas pode variar de 2 a 21 dias, o paciente não transmite a doença.

Só após esse período, explica o médico, os sintomas começam a aparecer, entre eles, febre, diarreia, vômito e sangramento [interno ou externo].

Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil está preparado para receber viajantes infectados pelo o vírus do ebola. Duas simulações já foram realizadas no último mês nos aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Guarulhos, em São Paulo, com a finalidade de treinar profissionais de saúde para que eles saibam como proceder em caso de a doença chegar ao Brasil. Nos próximos meses, simulações similares serão realizadas em portos do País.