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Policia MT
Terça - 02 de Dezembro de 2014 às 15:27

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Mário Okamura/Rdnews

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A organização criminosa envolvia desde empresários e fazendeiros a integrantes do Sindicato Rural e servidores do Incra

O esquema de fraudes, grilagem de terras e pistolagem investigado pela Polícia Federal aconteceria por meio de uma “engrenagem” dividida em 4 núcleos. No “topo” aparecem os produtores rurais que, de forma ilegal, compravam ou grilavam áreas, que, segundo as investigações, se tornaram fazendas. Para tanto, contavam com a ajuda de integrantes do Sindicato Rural de Itanhangá; servidores do Incra, entre outros colaboradores, como agentes políticos – ver quadro. Ao total, o esquema teria causado um prejuízo de R$ 1 bilhão ao erário.

O modus operandi da organização criminosa se dava por meio do aliciamento e/ou pressão contra os assentados, que vendiam as áreas por um preço menor do que o de mercado. Neste sentido, precisavam assinar um termo de desistência da área, que era encaminhado ao Incra. “Caso discorde, é ameaçado de morte e expulso do lote à força. Neste caso, o termo de desistência era fraudado e assinatura do posseiro é falsificada”, diz trecho do despacho da Justiça Federal.

Na última nesta quinta (27) foi determinado o cumprimento de 52 mandados de prisão preventiva, sendo 20 comunicadas, 146 mandados de busca e apreensão e 29 de medidas proibitivas em Cuiabá, Várzea Grande, Nova Mutum, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Sorriso, Tapurah e Campo Verde. Até sexta (28), 33 pessoas haviam sido presas.

Ainda conforme relato da PF, em posse dos documentos fraudados, o fazendeiro e/ou empresário levava a documentação ao Sindicato Rural onde era “acertado” um preço para regularizar a situação. Neste caso, haviam duas saídas: colocar a área no nome de familiares ou de laranjas. Cabia ao servidor do Incra simular uma vistoria no lote. Depois era emitida uma certidão de ocupação, declaração de posse e homologação.

Para se ter uma ideia do tamanho do esquema, a PF apurou que apenas 10% dos lotes do assentamento estariam sob pessoas com o perfil necessário para ser enquadrado na reforma agrária. O grupo já atuaria entre 10 a 15 anos, de modo a ter hoje “desfigurado completamente o Assentamento Itanhangá/Tapurah”.

No decorrer das investigações, foram ouvidas mais de 60 pessoas, entre suspeitos, vítimas e servidores. Justamente, por isso, foi solicitada a prisão temporária e/ou preventiva de vários investigados, tendo em vista que estariam prevenidos e, provavelmente, se articulando para a destruição de documentos e/ou transferência de provas para outros locais.





Fonte: RD Neses

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