Ex-governador culpa governo federal por atrasos em obras Silval diz que COTs eram desnecessários

Em meio à realização do Campeonato Mato-grossense de Futebol, uma das grandes frustrações do torneio foi a não conclusão do Centro Oficial de Treinamento (COT) da Barra do Pari, em Várzea Grande. Inicialmente planejada para receber as seleções que vinham para o Mundial, realizado em junho do ano passado, a obra só atingiu cerca de 60% da sua conclusão.

Diante da situação, o secretário extraordinário de Projetos Estratégicos de Mato Grosso, Gustavo Oliveira, explica que já estão sendo previstas mudanças no projeto original a fim de garantir sua viabilidade.

Ex-governador Silval Barbosa (PMDB) reconhece que, na verdade, não havia necessidade de construção de centros de treinamento no Estado por ocasião do Mundial, pois estes espaços destinavam-se às cidades onde as seleções ficariam hospedadas. “Aí inventaram aqui, a gente entrou nessa e fez”, disse.

De acordo com ele, a obra não foi concluída por falta de repasses do governo federal. O ex-governador explica que foi firmado um convênio no valor de R$ 9 milhões para a execução do COT mas que, até hoje, o Estado não recebeu um centavo.

“De onde ia se tirar a previsão financeira para cobrir esses R$ 9 milhões? Então é esse lado que vocês tem que olhar, fazer a crítica, mas observar que o governador foi penalizado porque tinha um convênio com o governo federal que era pra vir bem antes da Copa, pelo menos um ano e meio, e não veio um centavo, como é que ele vai tocar sem dinheiro”, explicou.

Ele lembra que o mesmo aconteceu, por exemplo, com a obra realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutrua de Transportes (Dnit), na avenida Miguel Sutil, em que o governo federal chegou a ficar um ano sem repassar dinheiro. “Todas as dificuldades nós tivemos, mas foi feita a obra”.

Quanto ao COT do Pari, ele afirma que, mesmo sem ter sido concluído, não fez falta para a realização da Copa, mas argumenta que trata-se de uma obra importante para Várzea Grande. “É uma cidade de 300 mil habitantes, não merece um estádio?”, questionou.

Segundo Silval, foi uma atitude de coragem fazer esse investimento no município. “Agora é só concluir, ir em cima desse dinheiro no Ministério do Esporte, buscar um pouco mais de recursos, termina e Várzea Grande vai ter um estádio”, ressaltou.

Na época do lançamento da obra do COT, o ex-senador Jayme Campos (DEM) chegou a anunciar uma emenda de R$ 25 milhões para a execução da obra, que incluiria um projeto habitacional realizado em parceria com a iniciativa privada para garantir viabilidade à região.