Dólar opera em alta, com mercado de olho em Grécia e BC dos EUA Banco Central dá continuidade às intervenções diárias. Na véspera, a moeda subiu 0,38%, cotada a R$ 2,8422.

O dólar opera em alta nesta quinta-feira (19), após a ata da última reunião do Banco Central dos EUA, o Federal Reserve, divulgada simultaneamente ao fechamento da véspera, tirar força das expectativas de que os juros norte-americanos comecem a subir já em junho.

Além disso, o impasse em torno da dívida da Grécia, que também vem contribuindo para a alta do dólar, continuava gerando ruídos. Nesta manhã a Grécia formalizou o pedido de extensão de seu programa de resgate, em meio a persistentes preocupações com o futuro de Atenas na zona do euro diante do impasse em torno de sua dívida.

"Mais do que tudo, o mercado quer clareza. Chegamos a um ponto em que o mercado ficou cético quanto à Grécia", disse à Reuters o operador de uma corretora nacional.

Às 14h09, o dólar subia 0,61%, a R$ 2,8595.Veja a cotação.

"Na dúvida, o mercado tem comprado dólares. Como tanto aqui quanto lá fora têm sido fontes de incertezas, qualquer queda acaba se mostrando temporária", disse à Reuters o operador de câmbio da corretora Intercam, Glauber Romano.

Nos Estados Unidos, parte do alívio provocado pela a ata da última reunião do Federal Reserve, que diminuiu as apostas em que o aperto monetário nos EUA pode ter início já em junho, foi revertido nesta sessão por dados melhores que o esperado sobre os pedidos de auxílio-desemprego no mercado de trabalho norte-americano.

"O fato é que a economia norte-americana está em trajetória de recuperação. A comunicação do Fed gera um ajuste fino nas apostas, mas não há dúvidas de que não vai demorar muito para o aperto (monetário nos EUA) começar", disse à Reuters o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

No Brasil
A perspectiva de contração econômica do Brasil neste ano, combinada com inflação alta, tem sido um dos principais fatores por trás da escalada recente da divisa norte-americana. Alguns investidores temem um rebaixamento da classificação de risco brasileira, diminuindo a atratividade de ativos domésticos.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade às intervenções diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Foram vendidos 800 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.200 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,9 milhões.

O BC também vendeu a oferta integral de até 13 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, já rolou cerca de 66% do lote total.

Na quarta (18), moeda norte-americana fechou cotada a R$ 2,8422, em alta de 0,38%.