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Politica Brasil
Sábado - 21 de Fevereiro de 2015 às 14:21

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Mensagem de celular obtida pela Polícia Federal que mostraria uma suposta comunicação entre o ex-ministro José Dirceu e o doleiro Alberto Youssef, um dos principais investigados por desvio de dinheiro da Petrobras, foi anexada nesta sexta-feira (20) a um dos processos da Operação Lava Jato.

O texto foi obtido pelos responsáveis pelas investigações da Lava Jato após decisão do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, de Curitiba (PR), para que fossem quebrados os sigilos telefônicos de suspeitos de atuar no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela operação.

Em uma dessas mensagens, enviada em 17 de setembro de 2013, uma das pessoas se identificava como “Primo” e outra aparece com o codinome “Bob”. No texto, "Primo" diz a "Bob" que mandará a ele um e-mail. “Já falo com você. Te mando e-mail fora do escritório”, diz o texto enviado pelo celular.

Em depoimento prestado à Polícia Federal em outubro do ano passado, Youssef afirmou que Dirceu já utilizou o apelido “Bob” e ele próprio (Youssef) era apelidado de “Primo”.

De acordo com depoimento em delação premiada prestado pelo doleiro, eram utilizadas siglas para os beneficiários de propina que teria sido paga pela empresa Toyo Setal a fim de assegurar contratos com a Petrobras. Youssef disse que Dirceu e o ex-chefe da Casa Civil Antônio Palocci eram "ligações" do executivo da Toyo Setal Júlio Camargo com o PT. No último dia 12, a assessoria do ex-ministro informou que ele "repudia com veemência" as declarações de Youssef (leia mais abaixo).

Dirceu e Youssef

O nome de Dirceu apareceu pela primeira vez nas investigações da Lava Jato no depoimento de Youssef à PF e ao Ministério Público Federal, em outubro.

O doleiro afirmou ter intermediado pagamento de propina das empresas Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao PT por meio do ex-ministro da Casa Civil e também do tesoureiro petista João Vaccari Neto.

"Que o dinheiro entregue pelo declarante [Youssef] em São Paulo servia para pagamentos da Camargo Corrêa e da Mitsui Toyo ao Partido dos Trabalhadores, sendo que as pessoas indicadas para efetivar os recebimentos à época eram João Vaccari e José Dirceu", registrou a PF no depoimento prestado pelo doleiro em 10 de outubro de 2014.

A Camargo Corrêa é uma das 16 empreiteiras suspeitas de terem formado um cartel para executar obras da Petrobras, o chamado "clube" das empreiteiras. Já a empresa Mitsui Toyo, representada por Júlio Camargo, fechou uma parceria com a Petrobras, em 2006, para a construção de navios-sonda e plataformas petrolíferas.

Preso desde março em Curitiba, o doleiro relatou aos policiais federais, em 13 de outubro, que o executivo da Toyo Setal tinha "ligações" com o PT, "notadamente" com Dirceu e Palocci. Segundo Youssef, Camargo é "amigo" de José Dirceu.

Ex-ministro contesta

Em nota divulgada no último dia 12 no site de Dirceu, a assessoria do ex-ministro afirmou que ele “repudia com veemência” as declarações de Youssef de que teria recebido recursos ilícitos de Júlio Camargo ou de “qualquer outra empresa investigada” na operação.

O ex-chefe da Casa Civil declarou ainda no comunicado que nunca representou o PT em negociações com o empresário ou com outra construtora e que, depois que deixou o primeiro escalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva, sempre viajou em aviões de carreira ou táxi aéreo.

“As declarações são mentirosas. O próprio conteúdo da delação premiada confirma que Youssef não apresenta qualquer prova nem sabe explicar qual seria a suposta participação de Dirceu”, afirma a nota divulgada pela assessoria de Dirceu.

Na ocasião, a Secretaria de Finanças do PT publicou nota na página do partido no Facebook na qual informou que João Vaccari nega “veementemente” ter recebido qualquer quantia em dinheiro por parte de Alberto Youssef. No comunicado, a legenda ressalta que são “absolutamente mentirosas” as acusações feitas pelo doleiro.

VALE ESTE - Arte Lava Jato 7ª fase (Foto: Infográfico elaborado em 15 de novembro de 2014)





Fonte: Do G1

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