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Nacional
Sexta - 12 de Junho de 2015 às 16:03

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O auxiliar administrativo Elyelton Borghezani Soares, de 21 anos, vive um desafio às vésperas de completar quatro anos de namoro. Morador de Franca (SP), ele lançou uma campanha na internet para arrecadar fundos e presentear a namorada Rita de Kássya Marques, de 19 anos, com uma prótese de R$ 50 mil.


Rita, que sofre de osteossarcoma, um tipo de câncer nos ossos, precisou amputar a perna em outubro do ano passado. Desde então, ela se locomove com o auxílio de muletas e, apesar da gravidade do caso, alimenta o sonho de voltar a andar.

Ainda em tratamento contra o câncer, que se alastrou para os pulmões, a jovem diz que encontra no apoio do namorado um motivo a mais para lutar contra a doença. "Acho muito bonito ver o que ele faz. Não é qualquer um que faria isso, que tem paciência, que fica do lado. O apoio do Elyelton é muito importante", afirma.

O ortopedista Edgard Eduard Engel, que acompanha o caso de Rita, alerta, no entanto, que é recomendado o uso de uma prótese mais simples no início da reabilitação, para que o organismo do paciente possa se adequar ao equipamento. Só então a prótese poderá ser substituida por outra de tecnologia mais avançada, como a almejada na campanha.

O namoro e a descoberta do câncer
Soares e Rita estão juntos desde o dia 11 de julho de 2011, data em que se conheceram em uma praça em Franca junto com uma turma de amigos. O auxiliar administrativo lembra com carinho o início do relacionamento. "Fomos trocando mensagens, ligações. Passou uns três meses, chamei o pai dela, falei que queria um relacionamento sério e a gente começou a namorar", afirma.

Os primeiros sintomas da doença de Rita se manifestaram em abril de 2014, quando a jovem começou a se queixar de dores no joelho. Com o passar dos dias, o joelho começou a inchar, e as dores aumentaram.

"Duas semanas depois que as dores começaram, procuramos um hospital público. O médico não deu muita atenção na época. Disse que era só uma tendinite e passou remédios para ela. Foram dois meses tratando o joelho achando que era tendinite", conta.

Sem perceber melhora no quadro, Rita decidiu procurar um médico particular. A jovem fez exames de raio-X e ressonância magnética, onde foi constatado o tumor no joelho. "O médico estava em dúvida se era benigno ou maligno. Aí ele encaminhou a Rita para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, onde ela fez a biópsia", diz.

Em junho, a uma semana do aniversário de 19 anos, veio o diagnóstico de osteossarcoma. "O médico olhou os exames e disse que ela estava com um tumor maligno no osso e dois nódulos no pulmão. Quando descobriu, o tumor já tinha ido para o pulmão", afirma Soares.

A luta
Desde então, Rita começou o tratamento com quimioterapia. Junto com os medicamentos, a jovem passou a receber morfina, uma vez que as dores no joelho e o inchaço na perna eram cada vez mais incômodos.

Em outubro, veio a notícia que chocou o casal. Rita precisaria amputar a perna. "O médico disse que o caso dela estava bem grave, estava avançando para o pulmão. Como a circulação da perna já não estava acontecendo direito, ele decidiu amputar", conta.

Soares diz que, na época, foi difícil para a jovem lidar com a perda do membro. "Ela ficou muito mal, mas hoje está normal psicologicamente. Amputar tirou a dor dela, ela estava sofrendo muito com o inchaço", diz

Rita continua com a quimioterapia, mas agora recebe os medicamentos via oral.

A campanha
Para amenizar o sofrimento da namorada, Soares decidiu criar uma campanha para conseguir uma prótese para Rita. Segundo ele, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece um tipo de prótese, porém o equipamento teria inúmeras limitações para o paciente. "Essa prótese do SUS serve mais para garantir a sustentação do corpo. Não pode molhar, tem vida útil. É bastante limitada", afirma.

O auxiliar administrativo fez então um orçamento de uma prótese de alta tecnologia e à prova d'água. O valor é de R$ 50 mil. "Com essa prótese daria para ela correr, andar de bicileta, nadar, subir escadas. Seria um grande presente de Dia dos Namorados", comenta.

Na tentativa de arrecadar o dinheiro, Soares lançou uma campanha na web, onde internautas podem doar a quantia que quiserem em um site de 'vaquinha virtual'. Além disso, o auxiliar administrativo ainda faz rifas e organiza bazares para chegar aos R$ 50 mil. Até o momento, o jovem conseguiu juntar R$ 6,5 mil.

"Falei para ela que de pouco em pouco uma hora o dinheiro vai completar. Ela dá uma animada vendo essa ajuda. O câncer do pulmão dela, agora, é por Deus e pela mente dela. Ela tem que saber que vai melhorar. Os médicos estão fazendo o que podem. Eu espero que ela melhore, que a gente consiga ter uma vida boa, casar, ter filhos", conclui.

Adaptação
Segundo o ortopedista Edgard Eduard Engel, o osteossarcoma é um tipo de câncer de alta gravidade. Se não diagnosticado no início, as chances de ocorrer metástase em outros órgãos é grande. "É um câncer com alto potencial de alastramento. Quando a doença não é detectada no estágio inicial, a chance de metástase pulmonar chega a 80% em seis meses", diz.

Apesar do índice de amputação dos membros variar entre 8% e 10% dos casos, o ortopedista explica que o tumor no joelho de Rita já estava em estágio avançado. "Era um tumor muito grande, e infelizmente não tivemos condições de manter o membro", afirma.

Sobre a prótese, Engel explica que Rita vai precisar usar um equipamento mais simples no início, como parte da reabilitação. A adaptação é essencial para que o aparelho possa ser substituído por outro mais completo ao longo do tempo.

Apoio
Ver o empenho do namorado é um estímulo a mais para Rita lutar e ter esperanças de vencer o câncer. "Desde o começo o Elyelton ficou do meu lado. Sempre me apoiou, se importou comigo. Ele é um cara bem companheiro. E além disso quer me ajudar a realizar meu sonho. Gostaria da prótese para poder correr, nadar, dançar. Acredito que vamos conseguir", diz.

A jovem diz ainda que teve sorte ao encontrar Soares, e afirma que tem planos de se casar e ter filhos com ele. "Ele é importante demais. Eu o amo muito. Sei que ele foi, é e ainda vai ser muito importante para mim. Sempre importante na minha vida", conclui.





Fonte: G1

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