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Meio Ambiente
Quarta - 01 de Junho de 2016 às 09:16
Por: Aline Almeida - Diário de Cuiabá

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Mesmo com um Termo de Ajustamento de Conduta assinado com o Ministério Público Estadual para mitigar danos ambientais, cerâmicas instaladas em Várzea Grande estariam descumprindo a determinação e causando grandes danos ao meio ambiente. Denúncias dão conta de que as empresas que exploram o serviço de forma desordenada deixam “crateras” a céu aberto dentro do perímetro urbano do município. 


As empresas se instalaram no município na década de 60 e, por quase cinco décadas, retiraram argila – matéria-prima para fabricação de tijolos e telhas – supostamente de forma clandestina e aleatória. A partir de 2002, o Ministério Público do Estado (MPE) começou a exigir das indústrias de cerâmicas a exploração racional e a adoção de medidas mitigadoras de reabilitação das áreas degradadas.

A preocupação com os impactos causados pela atividade exploratória levou à criação da Cooperativa de Exploração Mineral para Cerâmicas e Setores da Construção Civil de Mato Grosso (Coopemcer) e a elaboração do Plano Integrado de Controle e Recuperação Ambiental (Picra).

Segundo o suplente a vereador de Várzea Grande Antônio Cardoso (PSD), há mais de 20 anos as cerâmicas foram proibidas de retirar argila na região central de Várzea Grande. Mas, mesmo com o termo firmado com o Ministério Público, as empresas não fizeram os devidos reparos para a recuperação das áreas degradadas.

“As olarias retiravam cerca de 10 toneladas de barro por dia; após se associar em cooperativa, consolidaram-se ainda mais na extração, passando a extrair mais de 200 toneladas de barro/dia. Com isso, se formou enormes crateras pela cidade, o que tem causados inúmeros acidentes ao cidadão”, disse.

Cardoso diz que vários boletins de ocorrência são registrados nas delegacias dos bairros Cristo Rei e Parque do Lago, por pessoas que já perderam algum parente, vítima dos buracos, muitos deles com mais de 20 metros de profundidade.

“Agora não aparece os responsáveis pela degradação. As crateras abertas eram para ser fechadas por eles. Mas não vejo nenhum movimento, nenhuma ação pra que isso venha acontecer nesse sentido”, exclamou.

O suplente chegou até a desenvolver um projeto para reaproveitamento dos buracos para criação de peixes, porém, segundo ele, essa medida nunca foi respeitada pela cooperativa. “Eu tive um projeto chamado ‘Crateras Lago’, para reaproveitar os buracos para a criação de peixes. Claro, tinha que se fazer as adequações dos buracos para ficar na medida certa para a piscicultura. Mas a cooperativa alega não ter condições de fazer isso”, diz.

Os moradores das regiões afetadas afirmam que de fato as crateras além de deixar o bairro desestruturado trazem prejuízos para os moradores. “É um abandono total. Como uma empresa que ganhou tanto neste bairro não desenvolva ações para melhorar o que ela mesma estragou?”, indaga Rosângela Freitas, moradora do Parque do Lago.

A reportagem entrou em contato com a cooperativa de cerâmicas, que não se posicionou a respeito do assunto. 





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