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Cultura
Sexta - 03 de Junho de 2016 às 11:49
Por: Marianna Marimon - RDNEWS

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Arquivo Pessoal/ André Gorayeb
Exposição Deságua traz um trabalho sobre a ótica da água, lendas de rio e de proteção.
Exposição Deságua traz um trabalho sobre a ótica da água, lendas de rio e de proteção.

Suas marcas estão espalhadas por toda a cidade com os grafites de seus desenhos. E agora, até 30 de junho, na galeria do Sesc Arsenal em Cuiabá, a população pode acompanhar todas as expressões artísticas de André Gorayeb, que convergem na Exposição “Deságua”.

Com sensibilidade e surrealismo, o artista que, desde a infância, tem uma relação com o desenho, traz um trabalho sobre a ótica da água, lendas de rio e de proteção.

São seres que se “afogam”, que estão submersos nas águas e remetem a este imaginário popular. São personagens lendários como o Negrinho D’Água e a Mão Negra, e lugares como a baía de Chacororé que alimentam a subjetividade aquática de Gorayeb.

“As histórias dos rios, as lendas de que quando se destroem os rios, os protetores somem, ou passaram por cima deles ou não são lembrados mais, não protegem e as histórias do rio acabam. Eu quis materializar estas lendas”, explica.

A exposição, que é a sua primeira individual, traz o acervo de Gorayeb que, desde 2014, explora o tema em desenhos de nanquim e grafites com tinta spray. A exposição conta também com obras em giz pastel, telas em acrílica e diversas técnicas em suportes alternativos, que reforçam o habitat natural alterado pela humanidade e ao mesmo tempo mitológico das regiões inundadas presentes na Baixada Cuiabana e no Pantanal mato-grossense.

O artista visual, que já é conhecido em Cuiabá por seus grafites espalhados pela cidade, aposta na linguagem urbana também dentro da galeria com uma imensa parede grafitada.

Os quadros de Gorayeb causam incômodo pois ele se propõe a fazer um diálogo com a interferência humana no meio ambiente, com os destroços deixados pela intervenção a partir das indústrias, que causam marcas profundas. E, a sensação que o artista pretende provocar é justamente o da inquietação.

A partir do desastre do Rio Doce, com o rompimento da barragem em Mariana (MG), Gorayeb se sentiu impulsionado a fazer esta conexão de sua arte com a ação humana sobre o meio ambiente. Em sua exposição, Gorayeb consegue evidenciar que as maiores transformações nesta relação com o meio ambiente acontecem aos próprios humanos.

Com a vontade de modificar as estruturas desde a infância, sejam de brinquedos, desenhos ou coisas, André Gorayeb também criou um alfabeto próprio e disponibilizou a tradução do seu “Protoglifo” aos que se arriscarem em sua “Deságua”.





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