Vereadores pagam pizza e cerveja com dinheiro público em Tangará da Serra
Vereadores por Tangará da Serra (a 240 km de Cuiabá) pagaram cerveja e pizza com dinheiro público. É o que comprova documentação obtida pelo site Fato e Notícia. O Ministério Público Estadual (MPE) já investiga mau uso da verba indenizatória por parte dos parlamentares da cidade.
As irregularidades não param por aí. Um vereador chegou a pagar a lavagem do carro particular duas vezes no prazo de uma semana, apesar do Legislativo ter frota própria. Também foi reembolsado em R$ 2,9 mil depois de justificar apenas revisão no automóvel.
Conforme as notas comprovam, outro vereador pagou pelo menos uma cerveja Budweiser durante um almoço e foi reembolsado pela Mesa Diretora pelo gasto. Isso não é considerado despesa em função do mandato e contava previamente com parecer contrário do Controle Interno do Legislativo, que vem alertando sobre as irregularidades desde 2014.
A documentação mostra ainda que outro vereador também foi reembolsado depois de passar por uma pizzaria em Brasília, onde gastou R$ 49,00. O parlamentar viajou e ganhou passagem e diária por isso. Os nomes nos documentos foram omitidos pelo site Fato e Notícia. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) também já apura o caso. Os dados foram obtidos formalmente pela reportagem com base na Lei de Acesso à Informação.
Os gastos com a verba indenizatória em Tangará podem chegar R$ 445,2 mil por ano. Isso porque cada um dos 14 parlamentares tem direito a gastar até R$ 2.650,00 por mês. Depois dos gastos, são reembolsados se apresentam simples recibos.
As despesas são custeadas mesmo se os vereadores estiverem de férias ou pagarem combustível ou reparos nos carros particulares, apesar do Legislativo ter frota própria. Conforme já noticiado, o caso já é investigado ainda pelo Ministério Público.
OUTRO LADO
O vice-presidente da Câmara Municipal de Tangará, Professor Wagner (PSDB), afirma que leis amparam os gastos legais, mesmo se em período de férias, nos carros particulares dos vereadores ou acima do teto mensal se respeitarem o limite de R$ 31,8 mil por ano no caso de viagem para fora do Estado.
Em relação aos gastos estranhos à atividade parlamentar, ele afirma que aquele que cometer ilegalidade deve responder por isso. “Eu abro minhas prestações de contas e não tenho problemas nisso”.
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