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Sexta - 21 de Julho de 2017 às 15:06
Por: DOUGLAS TRIELLI

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Alair Ribeiro/MidiaNews
O governador Pedro Taques, que negou uso de escutas em sua campanha
O governador Pedro Taques, que negou uso de escutas em sua campanha

O governador Pedro Taques (PSDB) negou que tenha pedido a utilização de escutas telefônicas nas eleições de 2014. O uso dos grampos para interferir na campanha daquele ano consta na denúncia ingressada na última segunda-feira (17) pelo procurador-geral de Justiça, Mauro Curvo.

De acordo com a denúncia, o ex-comandante-geral da PM, coronel Zaqueu Barbosa, era o líder da organização criminosa e criou um Núcleo de Inteligência da Polícia Militar para operar as interceptações clandestinas por meio da "barriga de aluguel" – quando números alheios a uma investigação são inseridos ilegalmente em pedidos de quebra de sigilo telefônico.

“Por parte de mim, não. Eu não mandei fazer, não pedi para ninguém fazer. Tem que ser investigado, já foi investigado. Agora tem ação penal. A ação penal não significa condenação. Eles vão ter direito à ampla defesa”, disse Taques em conversa com a imprensa durante um evento na Arena Pantanal, na manhã desta sexta-feira (21).

Além de Zaqueu, Curvo denunciou por participação no esquema o chefe afastado da Casa Militar, coronel Evandro Alexandre Ferraz Lesco; o secretário-adjunto afastado da Pasta, tenente-coronel Ronelson Barros; o coronel Januário Batista e o cabo Gerson Correa Junior.

Todos eles foram presos durante a investigação, porém Januário Batista já conseguiu a soltura.

Taques pediu que não haja uma condenação antecipada dos acusados.

“Eu já prendi um promotor de justiça que foi denunciado, mas depois ele foi absolvido. Não posso prejulgar antes da condenação”, afirmou.

Exoneração de secretários

O governador revelou que pode decidir ainda nesta sexta-feira se mantém ou não em seu staff os secretários afastados Evandro Lesco e Ronelson Jorge de Barros.

“Eu fiquei sabendo da denúncia do Ministério Público ontem [quinta-feira, 20]. Vamos tomar essa decisão hoje”, disse.

Anteriormente, ele já havia dito confiar em Lesco e Barros e que a prisão por si só não significa que cometeram os crimes investigados.

A denúncia

O procurador-geral Mauro Curvo afirmou que o grupo de policiais militares denunciados no “caso dos grampos” promoveram escutas clandestinas no intuito de interferir na campanha eleitoral de 2014.

De acordo com a denúncia, Zaqueu era o líder da organização criminosa. O coronel Evandro Lesco tinha a incumbência de garantir a estruturação do núcleo através do coronel Ronelson Barros.

Já os cabos Gerson Corrêa e Euclides Torezan tinham a missão de “garantir a elaboração de projeto que assegurasse a viabilidade técnica de funcionamento dos equipamentos que seriam empregados nas escutas ilegais”.

Apesar de o Núcleo de Inteligência ter sido criado com o alegado intuito de investigar policiais militares envolvidos na prática de crimes, o MPE afirmou que tal núcleo também foi usado para interferir na eleição majoritária.

Escutas ilegais

A denúncia sobre a rede de grampos foi feita no início deste ano, ao Ministério Público Federal (MPF), por Mauro Zaque, que é ex-secretário de Estado de Segurança Pública.

Zaque disse que recebeu uma denúncia anônima, com documentos, que evidenciavam a prática ilegal.

Segundo ele, a denúncia foi levada ao conhecimento do governador Pedro Taques (PSDB) em setembro de 2015. O governador, por sua vez, negou ter conhecimento do caso e entrou com um processo contra Zaque.

O esquema funcionaria por meio da chamada "barriga de aluguel", quando números de telefones de cidadãos comuns, sem conexão com uma investigação, são inseridos em um pedido de quebra de sigilo telefônico à Justiça.

No caso da denúncia, teria sido usado um inquérito que investigava uma quadrilha de traficantes de cocaína.

Ao pedir a quebra dos sigilos dos telefones dos supostos membros da quadrilha, teriam sido inseridos, ilegalmente, na lista encaminhada à Justiça, os telefones que interessariam ao grupo monitorar.

A decisão que autorizou as escutas contra a quadrilha partiu da Comarca de Cáceres, na fronteira do Brasil com a Bolívia.

Entre os grampeados estariam a deputada Janaina Riva (PMDB); o advogado José do Patrocínio; o desembargador aposentado José Ferreira Leite; os médicos Sergio Dezanetti, Luciano Florisbelo da Silva, Paullineli Fraga Martins, Helio Ferreira de Lima Junior e Hugo Miguel Viegas Coelho.





Fonte: Mídia News

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