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Politica MT
Quarta - 04 de Abril de 2018 às 07:44
Por: Diego Frederici/Folhamax

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O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques, determinou nesta segunda-feira o envio dos inquéritos relacionados ao esquema de grampos telefônicos ilegais em Mato Grosso. Ele acatou um pedido da Procuradoria Geral da República, que centraliza as investigações após pedido feito pelo governador Pedro Taques (PSDB) para ser investigado no caso em outubro do ano passado.

No despacho obtido com exclusividade pelo FOLHAMAX, o ministro detalha que são sete volumes, 12 apensos, acompanhados de 19 caixas de documentos dos processos da "Grampolândia Pantaneira” encaminhados a superitendência em Cuiabá. O magistrado deu um prazo de 45 dias para conclusão da análise dos documentos por parte da Polícia Federal.

A medida determinada pelo ministro consta da movimentação do processo em consulta ao site do STJ e pode indicar que novas operações da Polícia Federal sobre o caso podem ser deflagradas nos próximos dias. O inquérito será conduzido pelo delegado federal Ricardo Ruiz da Silva.

O caso dos grampos ilegais tornaram-se públicos após a veiculação de duas reportagens no Fantástico, da Rede Globo – em maio e julho de 2017. Jornalistas, médicos, advogados, políticos e até uma ex-amante do ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, sofreram interceptações telefônicas clandestinas que teriam sido feitas por policiais militares a mando de Paulo Taques, e que contou ainda com a participação do ex-secretário de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), Rogers Jarbas.

Além do coronel PM Zaqueu Barbosa, preso 9 dias após a veiculação da reportagem no Fantástico, que foi ao ar em 14 de maio de 2017, o cabo PM Gerson Luiz Ferreira, acusado de ser o operador da central clandestina, também teve mandado de prisão cumprido. Já na deflagração da operação “Esdras”, no dia 27 de setembro de 2017, foram presos a personal trainer Helen Christy Lesco, o ex-secretário de Justiça e Direitos Humanos, além de coronel da PM, Airton Benedito Siqueira Junior, o também coronel da PM e ex-Chefe da Casa Militar, Evandro Lesco, o sargento João Ricardo Soler, o ex-secretário da Sesp-MT, Rogers Jarbas, além do ex-secretário da Casa Civil, Paulo César Zamar Taques. Todos são acusados de obstrução à Justiça.

Em outubro de 2017, o ministro Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell Marques, “avocou” os autos dos inquéritos que tramitavam em Mato Grosso para o órgão. Após a medida, o STJ acatou o pedido de liberdade dos investigados, livrando-os da prisão ainda no mês de outubro do ano passado - com exceção Gerson Corrêa e Zaqueu Barbosa, que continuaram presos. No dia 9 de fevereiro, um Conselho Especial de Justiça, formado por 4 coroneis da PM e pelo juiz da 11ª Vara Criminal Militar do TJ-MT, Murilo Mesquita, concederam a prisão domiciliar a Zaqueu, mantendo Gerson Corrêa preso.

Posteriormente, no último dia 14 de março, Gerson Corrêa foi solto com a condição da utilização de tornozeleira eletrônica. O inquérito que apura o esquema de interceptações supostamente realizada por civis ainda tramita no STJ.

COINCIDÊNCIA

A decisão de Campbell de mandar os autos a PF acontece praticamente seis meses após ele mandar as investigações serem centralizadas em suas mãos. Também coincide com o vazamento de uma confusão entre o delegado Flávio Stringueta, que comandou o inquérito na Polícia Civil, e o ex-secretário Rogers Jarbas na semana passada num supermercado de Cuiabá.

No mesmo dia, a esposa de Rogers, a procuradora da República, Samira Engel Domingues, se desentendeu com a delegada Ana Cristina Feldner, que também investigou o caso. As duas quase chegaram as vias de fato dentro de um condomínio de luxo em Cuiabá.





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