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Meio Ambiente
Sexta - 07 de Dezembro de 2018 às 09:44
Por: Diário de Cuiabá

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Nas três bacias hidrográficas de Mato Grosso, os meses de outubro, novembro e dezembro são aqueles que apresentam as maiores probabilidades de atividade reprodutiva dos peixes, com valores superiores a 80%. Já a partir de fevereiro, esse índice é inferior a 20%. Dados como estes fazem parte de estudos científicos feitos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e são usados para definir o período da piracema.

No Estado, para a análise e definição do período de defeso da piracema de 2018/19, foram incluídos 9.215 indivíduos de diferentes espécies das bacias hidrográficas Amazônica, Paraguai e Tocantins. As pesquisas são realizadas com dados disponíveis desde 2004, tanto os coletados pela Sema, quanto pelas Universidades Estadual (Unemat) e Federal de Mato Grosso (UFMT), e o Centro Universitário de Várzea Grande (Univag).

"Os peixes se reproduzem o ano todo, mas os dados comprovam que entre outubro e janeiro a atividade reprodutiva é maior. A probabilidade de reprodução em fevereiro é inferior a 20%, sendo essa taxa ainda mais baixa entre março e agosto", explica a bióloga e secretária executiva do Conselho Estadual da Pesca (Cepesca), Gabriela Priante.

Conforme informações da Sema, o monitoramento também se aprofundou na investigação da possibilidade de haver diferença no período reprodutivo dos peixes de couro (siluriformes) e de escamas (characiformes). “Os estudos realizados para os dois grupos na Bacia do Alto Paraguai identificaram que o padrão reprodutivo é muito semelhante, com exceção do mês de janeiro que se mostrou mais importante para os peixes de couro em comparação aos de escama”, informou.

De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente, André Baby, Mato Grosso é hoje o único Estado que utiliza dados e estudos científicos para estabelecer o período da piracema. “A definição também leva em consideração aspectos sociais, culturais e econômicos, garantindo a manutenção do estoque pesqueiro dos nossos rios para esta e futuras gerações", acredita.

Os resultados dos estudos foram compartilhados com todos os integrantes do Cepesca. Compõem o grupo representantes das secretarias de Meio Ambiente, Turismo, Cultura, Ministério Público Estadual, UFMT, Unemat, colônias de pescadores, entidades do terceiro setor, Ibama e representantes do setor empresarial do turismo da pesca.

No Estado, a piracema teve início no dia 1º de outubro e segue até o fim de janeiro próximo. A piracema é período em que os peixes estão em processo de reprodução e a pesca nessa época é considerada crime e acarreta em prisão e multa que varia de R$ 1 mil a R$ 100 mil com acréscimo de R$ 20,00 por quilo de peixe encontrado.

É permitida apenas a pesca de subsistência, que é praticada por comunidades ribeirinhas que dependem do peixe para sua alimentação. A cota diária por pescador (subsistência) será de 3 quilos.





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