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Meio Ambiente
Domingo - 11 de Outubro de 2020 às 08:47
Por: Phillppe Watanabe Da Folhapress - São Paulo

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Sema-MT
No Governo Bolsonaro, em setembro de 2019, houve recorde de desmatamento
No Governo Bolsonaro, em setembro de 2019, houve recorde de desmatamento

Em setembro de 2020, o desmatamento na Amazônia foi menor do que o do mesmo mês do ano passado, mas se manteve elevado em relação à média histórica apesar da presença do Exército na floresta, com a Operação Verde Brasil 2.

Segundo dados do Deter, sistema do Inpe para detecção quase em tempo real de desmatamento, houve diminuição de 33% no desmate nesse mês, do ano passado para cá.

Ocorre, porém, que setembro de 2019, no primeiro ano do governo Jair Bolsonaro, bateu o recorde de desmatamento na história recente do Deter, com mais de 1.400 km² de destruição registrada por satélites. Mesmo com a queda, quase 1.000 km² de floresta foram derrubados neste ano.

Assim, o ranking dos meses de setembro com maior desmate tem 2019 em primeiro lugar, seguido por 2020 e 2018.

Com os registros do Deter desde 2015 - só a partir desse ano é possível fazer comparação, devido a mudanças de precisão do sistema–, a média de desmate registrado no mês de setembro é de 790 km².

Considerando todos os meses do ano, setembro de 2019 é o quarto mês com maior valor de desmatamento da história recente do Deter. As três posições anteriores são ocupadas por meses do primeiro e do segundo ano de Bolsonaro, que desde a sua campanha de eleição critica a fiscalização ambiental e declara apoio a ações que causam grande prejuízo ambiental, como a legalização de mineração em territórios indígenas.

Hamilton Mourão, vice-presidente e chefe do Conselho da Amazônia, diz que os dados são positivos. "Tais dados mostram o aperfeiçoamento e a integração dos sistemas de proteção ambiental e a confirmação na tendência da queda do desmatamento", disse.

A suposta tendência da queda celebrada por Mourão é referente às taxas de julho, agosto (ambas acima de 1.000 km²) e setembro. Mas a redução é referente ao mês de maior desmate na história do Deter (julho de 2019) e o segundo colocado na lista (agosto de 2019).

Segundo Mourão, essa queda deve-se às Forças Armadas. Mas o Exército está em operação na Amazônia desde maio de 2020, sem sinal de redução em queimadas e no desmate.

O Observatório do Clima (OC), rede de mais de 50 organizações não governamentais, diz que, de maio a setembro, o desmatamento dobrou em relação a média dos anos anteriores.

"A Operação Verde Brasil 2, que completa cinco meses na Amazônia, fracassou em frear desmatamento e queimadas", diz o OC.

"O desmatamento é medido de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Mas, se consideramos de janeiro a dezembro, o período de um ano e nove meses de gestão Bolsonaro teve 76% mais desmatamento (8.560 km2) por ano do que os três anos cheios anteriores (4.844 km2 em média)."





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