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Politica MT
Quarta - 25 de Agosto de 2021 às 14:51
Por: Cíntia Borges/Mídia News

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Os vereadores Dilemário Alencar e Michelly Alencar, que lamentaram a falta de um desfecho
Os vereadores Dilemário Alencar e Michelly Alencar, que lamentaram a falta de um desfecho

Os vereadores de oposição Michelly Alencar (DEM) e Dilemário Alencar (Podemos) expressaram indignação com a ausência de um julgamento no "Caso do Paletó", que nesta quarta-feira (25) completa quatro anos.

O escândalo veio à tona em uma reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, que divulgou um vídeo do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) colocando maços de dinheiro no paletó, na época em que era deputado estadual, em dezembro 2013.

Ao MidiaNews, Michelly apontou que a cena “faz parte da história política negativa de Mato Grosso”. “Jamais esse caso de corrupção será esquecido. Emanuel Pinheiro virou sinônimo de Paletó”.

“São imagens fortes, que causam nojo e repulsa. O sentimento que também fica é de indignação, já que, desde a divulgação desse vídeo em rede nacional, já se passaram quatro anos e esse crime continua impune”, afirmou.

Dilemário também compartilha do sentimento da colega. Ele, que já era vereador quando o escândalo tomou a mídia nacional, se indignou ao comentar a reeleição do prefeito, em 2020.

“Diante de todos esses fatos, o meu sentimento é de total indignação, por tanta demora em haver punição ao prefeito e outros políticos que receberam propina do ex-governador Silval Barbosa”.

“O pior é que, mesmo com essa cena escabrosa de corrupção, Emanuel foi reeleito prefeito da nossa querida Cuiabá. Agora povo paga um alto preço com os cotidianos escândalos de desvios de recursos na Saúde, fazendo milhares de pessoas sofrerem nas unidades com falta de remédios, exames e cirurgias”, completou.

Michelly ainda relembrou que as operações policiais contra a administração de Emanuel dão indícios da personalidade do gestor.

“O pior é pensar na corrupção que se repete na Prefeitura de Cuiabá. Afinal, a gestão do prefeito Emanuel Pinheiro já sofreu cinco operações policiais em razão de corrupção, com sete secretários afastados. Vamos continuar lutando, mas ainda temos esperança de que a justiça seja feita”, afirmou.

CPI do Paletó

Oposição a Emanuel desde a gestão passada, Dilemário relembrou que a Câmara de Cuiabá já investigou o caso por meio da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó. A investigação acabou em pizza.

“São 1.460 dias. E desde esta fatídica cena temos cobrado punição ao prefeito. Lembro que o ex-vereador Marcelo Bussiki, ao propor uma CPI para apurar o caso, usei a tribuna da Câmara para dizer que assinaria a proposta do Bussiki, e denominei a investigação como CPI do Paletó”.

“[...] Poucos vereadores ajudaram na investigação sobre essa situação que denegria a imagem de Cuiabá perante o Brasil. A maioria ficou contra a CPI, criando uma série de dificuldades para apuração, preferindo apoiar a conduta do prefeito”, contou.

Durante as oitivas, o governador Silval Barbosa e o chefe de gabinete à época Silvio Correa confessaram que o dinheiro entregue a Emanuel era referente a propina.

“A nossa persistência para investigar foi à frente. Na CPI do Paletó teve depoimentos contundentes, como do ex-governador Silval Barbosa, [...] sem titubear, disse que era dinheiro de propina para não investigar as obras da copa, como por exemplo: a obra do VLT”, relembrou.

Em que pé anda?

Após a divulgação do vídeo, o Ministério Público Federal chegou a pedir a prisão e o afastamento de Emanuel do cargo no Supremo Tribunal Federal (STF).

O pedido, no entanto, não foi analisado pelo STF, que determinou a baixa do processo para a 5ª Vara Federal de Mato Grosso, por conta do fim do foro especial por prerrogativa de função.

Após a baixa dos autos, o MPF denunciou o prefeito e outros nove deputados da mesma legislatura - que também foram filmados recebendo dinheiro - pelos crimes de corrupção ativa e associação criminosa. A denúncia só foi aceita pelo juiz Jeferson Schneider em setembro do ano passado.

Na decisão, o magistrado chegou a determinar o afastamento do sigilo do processo. Mas, logo depois, voltou a decretar o sigilo.

Dentre os denunciados, apenas o ex-deputado estadual Alexandre César admitiu ter recebido R$ 50 mil da Gestão Silval Barbosa e fechou um acordo de não persecução penal na ação.

O mensalinho

Segundo o contou Silval em sua delação premiada, ele firmou acordo com parlamentares para manter a governabilidade, ter as contas do governo aprovadas, os interesses do Poder Executivo priorizados na Assembleia e não ter nenhum dos membros do alto escalão do Estado investigado em CPI.

Em troca, os deputados teriam recebido uma espécie de “mensalinho” no valor de R$ 600 mil, que teriam sido divididos em 12 vezes de R$ 50 mil.

Os valores eram pagos a partir de retornos de recursos do programa MT Integrado, de incentivos fiscais e das obras relativas à Copa do Mundo de 2014.

Também foram flagrados pegando dinheiro os ex-deputados Antonio Azambuja, Luciane Bezerra, Hermínio Barreto, José Domingos Fraga, Airton Português, Ezequiel Fonseca, Emanuel Pinheiro e a ex-secretária de Estado Vanice Marques.

Também foram filmados, na mesma sala, Gilmar Fabris e Baiano Filho, porém não há imagens deles pegando dinheiro.





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