Áreas de reserva florestal na Serra do Cachimbo estão ameaçadas por exploração ilegal em MT Desde 2005, cerca de 35 mil hectares de floresta já foram substituídos por pastagem. Só nos últimos dois anos, as perdas chegam a quatro mil hectares de vegetação nativa.
Áreas de reserva florestal na divisa de Mato Grosso com o Pará, na Serra do Cachimbo, estão ameaçadas por exploração ilegal. Um estudo da ONG Mapbiomas rastreou a devastação da área e identificou 61 pontos de desmatamento dentro da reserva.
Em uma área de 342 mil hectares que passa pelos municípios de Altamira e Novo Progresso no Pará, estão centenas de nascentes de importantes rios das bacias do Xingú e do Tapajós. Para proteger esta riqueza, em 2005 foi criada a reserva biológica nascentes da Serra do Cachimbo.
A categoria de reserva biológica prevê a proteção integral dos recursos naturais o que significa que não pode ter ocupação nem exploração econômica na região.
Desde a criação da reserva em 2005 já são 35 mil hectares de floresta que foram substituídos por pastagem. As perdas nos últimos dois anos chegam a quatro mil hectares de vegetação nativa.
Ponto de desmatamento dentro da Serra do Cachimbo — Foto: Reprodução/TVCA
De acordo com o coordenador geral da Mapbiomas Tasso Azevedo, a área possui muitas unidades de conservação é difícil proteger toda a área da Serra do Cachimbo.
"É uma questão muito significativa porque você não consegue proteger uma área como é a Serra do Cachimbo, ela demonstra uma fragilidade muito grande em relação ao conjunto das unidades de conservação. Aquela é uma região que tem bastante unidades de conservação e muitas delas sendo invadidas", contou.
Dentro da reserva, também há uma fazenda que cobra entrada para quem quiser passar o dia nela. São R$ 30 por pessoa. Uma trilha dentro dessa fazenda leva até a nascente que está sendo explorada para o turismo.
No fim da trilha há pessoas tomando banho nas águas borbulhantes nas nascentes. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizou uma operação no local e embargou 61 áreas onde houve desmatamento nos últimos dois anos.
De acordo com o ambientalista do Greenpeace Rômulo Batista, é preciso de planos de prevenção para diminuir o desmatamento da área.
"A volta do Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), a criação de unidades de conservação em terras indígenas, que apesar de estarem sendo invadidas, é uma forma muito efetiva de conservar a floresta. O aumento das penas ambientais por crimes ambientais, a volta de funcionários de carreira no O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no ICMBio nos cargos de coordenação e direção porque eles sabem como fazer essa diminuição do desmatamento, e a retomada do fundo Amazônia para financiar estas ações", contou.
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