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Domingo - 05 de Dezembro de 2021 às 09:42
Por: Eduardo Gomes/Diário de Cuiabá

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Com o fim das coligações para cargos proporcionais os partidos se movimentam em busca de nomes, sobretudo para candidatura à Câmara dos Deputados. Mas, nem sempre a busca mira apenas quem tem potencial eleitoral, pois alguns caciques querem candidaturas consideradas fracas ou médias, de modo a não os canibalizarem nas urnas e aos seus correligionários de peso. Carlos Bezerra (MDB), Max Russi (PSB), Jayme Campos (DEM), José Medeiros (Podemos), Nelson Barbudo (PSL), Victorio Galli (PTB), Wellington Fagundes (PL), Neri Geller (PP), Carlos Fávaro (PSD) e Dr. Leonardo (SD) tentam montar a chapa ideal, não apenas ao partido, mas, também para eles, claro.

Mato Grosso integra o grupo dos estados com menos deputados federais: apenas oito. Sem coligação para o cargo, a disputa pela Câmara dos Deputados ganha contornos de guerra eleitoral, com cada partido defendendo seus nomes, independentemente das coligações que façam ao governo e Senado.

Com duas cadeiras na bancada federal mato-grossense o MDB é dirigido pelo deputado federal e pré-candidato à reeleição, Carlos Bezerra, que tenta moldar o partido de modo a facilitar a conquista de seu sexto mandato. Além de Bezerra e do deputado federal Juarez Costa, também são citados enquanto pré-candidatos o suplente de deputado federal Valtenir Pereira e o advogado Sandro Saggin, de Barra do Garças. Juarez tem base eleitoral no Nortão, onde foi prefeito de Sinop em dois mandatos consecutivos. Valternir faz campanha em Cuiabá e municípios vizinhos, mas sua principal sustentação é o Vale do Araguaia.

Por conta da legislação eleitoral o MDB terá que montar chapa com a participação feminina e Bezerra além de filiar ainda lançou a primeira-dama de Água Boa, Juliana Kolankiewicz pré-candidata a deputada federal; Juliana é casada com o prefeito daquele município, Mariano Kolankiewicz (MDB). O eleitorado de Água Boa é pequeno e Juliana nunca militou politicamente, mas sua presença na chapa aumenta a divisão da base eleitoral de Valtenir, que ainda deverá enfrentar a concorrência de Saggin, o que em tese deixa Bezerra e Juarez com mais chances de vitória, tanto pelo reforço de votos quanto pelo fatiamento do eleitorado de Valtenir.

Uma coisa é certa: Max Russi será candidato em 2022. Outra gera dúvida: qual cargo o presidente da Assembleia disputará? Fora de Max o PSB não teria nenhum nome com capilaridade eleitoral para vencer a disputa ao cargo. O candidato poderá ser Max, mas por enquanto o partido prepara alguns nomes estranhos ao eleitorado estadual.

Dentre os nomes preparados pelo PSB, o ex-vereador por Vila Rica em três mandatos, Janovan Rios de Sousa, que assessora a presidência da Assembleia; o madeireiro e vice-prefeito de Nova Maringá, Jean Barreto Ferreira, conhecido por Jean do Enilton; e a vereadora por Arenápolis, Rosimeire, Tânia da Silva Gonçalves de Meira, a Meire do Lanche, que se elegeu com 121 votos. Além dos três o PSB deverá lançar o vereador por Várzea Grande e presidente da União das Câmara Municipais (UCMMAT), Bruno Rios, ou à deputado federal ou a deputado estadual, dependendo do cargo que Max disputará; Bruno Rios se elegeu para a UCMMAT com apoio de Max.

DEM e PSL estão em fase final de fusão, que se viabilizada não contará com praticamente nenhum parlamentar do PSL, pois tanto a bancada na Assembleia quanto Nelson Barbudo migrarão para o PL do presidente Jair Bolsonaro. Independentemente ou não de fusão o Democratas deverá lançar o suplente de senador e ex-deputado federal Fábio Garcia; Baiano Filho, ex-deputado estadual e ex-secretário de Estado, também é cotado para a disputa, mas dependendo do cenário poderá concorrer para deputado estadual.

O senador Jayme Campos conduz as articulações no DEM juntamente com seu irmão e ex-governador Júlio Campos, mas o governador democrata Mauro Mendes fica distante desse processo, uma vez que além do seu, vários outros partidos o apoiarão caso decida disputar a reeleição.

O deputado federal José Medeiros, vice-líder do Governo, está numa encruzilhada. Bolsonaro (PL) apoiará os nomes de seu partido em Mato Grosso, e a coronel Fernanda (PL), que concorreu ao Senado na eleição suplementar de 2020, é apontada como virtual candidata a deputada federal. Caso José Medeiros e Barbudo se decidam pelo palanque dos liberais liderados pelo senador Wellington Fagundes, haverá congestionamento de nomes com possibilidade eleição, o que poderá resultar em derrota ou derrotas ao cargo.

O ex-deputado federal Victorio Galli preside regionalmente o PTB, pelo qual deverá se candidatar a deputado federal. Em 2018 seu partido elegeu Emanuel Pinheiro Neto, o Emanuelzinho, em coligação. Até recentemente Emanuelzinho presidia o PTB regional, mas entregou o cargo e estaria articulando filiação ao Republicanos.

Emanuelzinho é uma interrogação partidária e até mesmo enquanto candidato. Analistas avaliam que o amanhã dele passa pelo cenário político de seu pai e prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que deverá trocar de partido e que possivelmente deixará a prefeitura para disputar mandato ou de governador ou até mesmo de deputado federal.

O deputado federal Neri Geller (PP) é pré-candidato ao Senado e não descartaria jamais se fosse convidado para vice numa eventual chapa do governador Mauro Mendes. Nenhum nome pepista se desponta entre os pré-candidatos à Câmara.

O principal nome do PSD do senador Carlos Fávaro é o vice-prefeito de Rondonópolis, Aylon Arruda. No entanto, o prefeito Zé Carlos do Pátio (SD), costura sua filiação ao PT ou para disputar o governo ou o Senado, o que faria de Aylon prefeito. Antes do cargo que exerce Aylon não militou politicamente. Resta saber se ele trocaria 1 ano e 7 meses de mandato na prefeitura pela incerteza de uma candidatura. O deputado estadual Nininho é considerado uma das maiores lideranças mato-grossenses; em terceiro mandato Nininho estaria demonstrando interesse em se lançar à Câmara. Caso Nininho seja mesmo candidato a deputado federal Aylon teria mais um motivo para optar pela prefeitura, já que ambos são domiciliados em Rondonópolis.

Deputado federal e ex-deputado estadual Dr. Leonardo comanda o Solidariedade em Mato Grosso. Seu partido perderá Zé Carlos do Pátio, como o mesmo anuncia, e aparentemente não tem quadros para garantir eleição para a Câmara. Fontes ligadas a Dr. Leonardo sustentam que o mesmo tentará voltar para a Assembleia e que lançará nomes à Câmara, somente para marcar posicionamento.

Com o impeachment da presidente Dilma Rousseff e os escândalos revelados pela Operação Laja Jato o PT sofreu desgastes e enfrentou debandada em Mato Grosso. Porém, com a perspectiva da candidatura do ex-presidente Lula da Silva à Presidência, o partido deve se recompor perante o eleitorado mantendo a tradição de eleger deputado federal mato-grossense, como aconteceu com Gilney Viana, Carlos Abicalil e Ságuas Moraes. Rosa Neide, deputada federal e candidata natural a novo mandato é o único nome cogitado por petistas para o cargo.

A bancada estadual do PSDB é formada por Wilson Santos e Carlos Avallone, e nenhum deles cogita candidatura a deputado federal. Nilson Leitão, o principal nome tucano, é citado para disputar o Senado, como fez em 2018 e na eleição suplementar de 2020.

Gisela Simona, suplente de deputada federal e ex-candidata a prefeita de Cuiabá anunciou que disputará a Câmara dos Deputados pelo PROS, partido ligado ao movimento sindical em Cuiabá e Várzea Grande.

Em meio às articulações dos partidos, Antônio Bosaipo, o Bosaipinho tenta encontrar espaço pra concorrer à Câmara. Filho de Humberto Bosaipo, ex-presidente da Assembleia e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Bosaipinho percorre Mato Grosso e se reúne com lideranças partidárias. Filho e pai não falam sobre partido, mas ambos admitem que Bosaipinho recebeu convite para filiação e garantia de vaga para concorrer pelo DEM e o MDB.





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