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Politica Brasil
Sexta - 18 de Novembro de 2022 às 14:45

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O empresário do agronegócio e ex-ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), afirmou que vê com bons olhos a troca de presidentes do Brasil. Para ele a gestão de Jair Bolsonaro (PL) prejudicou muito o setor agrícola e ambiental do País. A declaração ocorreu em entrevista ao site Brazil Journal, criado por Geraldo Samor.

Apesar de ter se mantido afasto a respeito de quem apoiava na campanha eleitoral, Blairo, que também foi governador de Mato Grosso por dois mandatos e senador, se mostrou em diversos momentos simpatia por Lula. De acordo com ele, muitas mudanças que foram feitas, por exemplo, pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, bem como Bolsonaro deixaram o Brasil em uma situação de enfrentamento, onde foram perdidos acordos e diálogos necessários para que o País evoluísse.

“Com a mesma velocidade que nós perdemos esse respaldo internacional, agora a gente vai reconquistar com o novo Governo, porque o presidente Lula já declarou que vai se preocupar com as pautas ambientais, que as condições climáticas são importantes, temos que estar inserido dentro disso. Então, aí você deixa de remar contra a correnteza e passa a nadar a favor da correnteza”, afirmou.

Blairo faz referência à medidas tomadas por Salles, que aos olhares mais críticos, levaram à diminuição dos mecanismos de fiscalização, estimulado o "vale-tudo" na área ambiental e criado efeitos irreversíveis ao meio ambiente. Tais decisões não passaram despercebidas e causaram impacto na gestão do ex-ministro, que deixou o cargo após se tornar alvo de investigação criminal por suposta atuação ilegal em favor de madeireiros em 2021.

Antes disso, a gestão de Salles foi marcada pela continuidade da alta do desmatamento no país e de forte desgaste por conta das investigações abertas contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também foi responsável por uma troca em massa no comando do Ibama, mudanças em órgãos que tinham a participação da sociedade civil.

Em junho de 2019 por meio de um decreto que regulava novas possibilidades de trabalho para policiais militares e bombeiros em suas horas de folga, foi concedida autorização para que eles trabalhassem em unidades de conservação. Servidores do Ibama protestaram, por verem na ação uma "militarização" do setor. Ricardo Salles nomeou, em julho de 2020, a nova composição da Comissão de Ética do Ministério do Meio Ambiente.

O ICMBio deixou de ter, a partir de agosto de 2020, a atribuição de gerenciar as unidades de conservação federais. A competência foi transferida para o próprio Ministério do Meio Ambiente. No segundo semestre de 2019, o ministro Ricardo Salles tentou, mas não conseguiu, mudar a gestão do Fundo Amazônia – criado em 2008. Salles queria redirecionar recursos que eram recebidos por ONGs para destinar a verba para outros fins, como o pagamento de indenizações a proprietários de terras que se tornaram unidades de conservação.

A posição de Salles, porém, criou um impasse com os dois países que eram os principais financiadores do fundo, Alemanha e Noruega. O impasse levou a um congelamento dos repasses de Alemanha e Noruega. Desde então, o Fundo Amazônia está praticamente inoperante.

Uma decisão exclusiva do presidente Bolsonaro, em abril de 2020, mudou o poder de concessão de florestas públicas. A atribuição foi repassado do Ministério do Meio Ambiente para o Ministério da Agricultura. Estes foram alguns dos motivos que Salles não agradou enquanto esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente.





Fonte: Folha Max

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