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Cultura
Segunda - 12 de Dezembro de 2022 às 17:05
Por: Assessoria | Secel - MT

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“Calin” é o modo como as mulheres da etnia Calon se autodenominam

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O projeto “Diva e as Calins de Mato Grosso: Ontem, Hoje e Amanhã”, que reconheceu e homenageou a raizeira e benzedeira cigana, Maria Divina Cabral, a Diva, como mestra da cultura mato-grossense, foi uma das cinco iniciativas premiadas na categoria 2 – pessoas jurídicas, da 35ª edição do prêmio Rodrigo Mello Franco (2022).

O resultado foi publicado no Diário Oficial da União, em 05 de dezembro, condecorando 10 ações - cinco na categoria de pessoas físicas e cinco de pessoas jurídicas - de todo o país.

Produzido pela Associação Estadual das Etnias Ciganas de Mato Grosso (AEEC-MT), “Diva e as Calins de MT: Ontem, Hoje e Amanhã” foi uma das 70 iniciativas selecionadas no edital Conexão Mestres da Cultura, da Lei Aldir Blanc, do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (Secel-MT).

O prêmio Rodrigo Mello Franco é promovido desde 1987, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), valorizando iniciativas com foco na promoção do patrimônio cultural brasileiro que mereçam reconhecimento público, devido à sua relevância social, caráter exemplar e que abranjam excelência na salvaguarda de práticas e domínios da vida social representativas.

O processo de seleção dos projetos premiados foi dividido em duas etapas: a primeira regional, quando foram selecionadas cinco iniciativas de cada região brasileira, que concorreram à etapa nacional.

Pela região Centro-Oeste, além do projeto “Diva e as Calins de Mato Grosso”, outras duas iniciativas mato-grossenses da categoria pessoa jurídica também foram selecionadas para a etapa nacional - “No Ritmo da Viola de Cocho: entre a Chapada e a Serra do Amolar, nas Águas do Pantanal” e “Quintais da Cultura Popular Cuiabana”.

Entre os critérios de seleção para a premiação estavam contribuição ao patrimônio cultural brasileiro e sua sustentabilidade socioeconômica, abordagem transversal, pertinência, impacto da ação na sociedade, histórico, adequação, profundidade, diversidade de atores envolvidos e ineditismo.

Saberes das mulheres ciganas de MT
Com o reconhecimento do IPHAN, de certa maneira, a mestra Diva passa a ser reconhecida como uma mestra da cultura brasileira e não apenas mato-grossense. Para a coordenadora geral do projeto e presidente da AEEC-MT, Fernanda Alves Caiado, esta é uma vitória que valoriza não apenas o saber da mestra Diva, como os saberes de todas as mulheres ciganas mato-grossenses e brasileiras.

Karen Ferreira

Diva é um dos destaques da exposição, que reúne fotografias de mulheres do seu círculo de convívio - Foto Karen Ferreira/Divulgação

A presidente da AEEC-MT pondera que, pelo ineditismo do prêmio voltado aos povos ciganos, esta é uma mostra importantíssima em que o Estado brasileiro reconhece que os povos ciganos contribuíram não apenas para as artes e o patrimônio cultural e imaterial, como para a história nacional e a sustentabilidade socioeconômica da nação, quebrando estereótipos e preconceitos seculares.

“Estou muito emocionada, muito feliz. Significa que a gente está colhendo frutos do nosso plantio e que esse reconhecimento venha, permaneça e fique enraizado nos corações das mulheres que participaram do projeto, no coração de todos que acompanharam e no imaginário e coração dos mato-grossenses e dos brasileiros. O sentimento é de muita gratidão, a Deus, a todo mundo que, de forma direta ou indiretamente, contribuiu”, conclui Fernanda.

O projeto
Executado entre 2021 e 2022, o projeto se desdobrou em três produtos transmidiáticos, que giraram em torno dos saberes da mestra da medicina tradicional e das mulheres que pertencem ao tronco étnico Calon, autodenominado “Calins” - “I Encontro de Mulheres Ciganas de Mato Grosso”, “Exposição Multimídia Calin” e minissérie “Diva e as Calins de Mato Grosso”.

A Exposição Multimidia Calin pode ser acessada no link: www.galeriacalin.com. O trabalho visa mostrar a diversidade das mulheres ciganas, que vivem nas cidades de Rondonópolis, Tangará da Serra e Cuiabá, enriquecendo também a diversidade cultural mato-grossense.

Karen Ferreira

Gravação da websérie etnodocumental “Diva e as Calins” - Foto Karen Ferreira/Divulgação

O I Encontro de Mulheres Ciganas de Mato Grosso ocorreu entre os dias 22, 23 e 24 de abril de 2021, em Rondonópolis (220 km de Cuiabá), cidade que reúne a maior comunidade cigana de MT - em torno de 150 pessoas. O encontro reuniu outras 15 mulheres ciganas e contou com duas programações.

Já a minissérie Diva e as Calins de Mato Grosso é um trabalho etnodocumental, composto por cinco episódios de aproximadamente cinco minutos cada, que retrata os saberes e as tradições das mulheres ciganas mato-grossenses.

*Com informações da assessoria





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