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Meio Ambiente
Sexta - 20 de Janeiro de 2023 às 13:25
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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A área destruída na porção amazônica localizada no território mato-grossense representa 15% de toda a derrubada na região, entre janeiro e dezembro do ano passado
A área destruída na porção amazônica localizada no território mato-grossense representa 15% de toda a derrubada na região, entre janeiro e dezembro do ano passado

Dos nove estados que compõem a Amazônia Legal, Mato Grosso ocupou o terceiro lugar entre os que mais desmataram a floresta em 2022.

Com 1.604 quilômetros quadrados (km2) devastados, o Estado só ficou atrás do Pará (3.874 km²) e do Amazonas (2.575 km²).

A área destruída na porção amazônica localizada no território mato-grossense representa 15% de toda a derrubada na região, entre janeiro e dezembro do ano passado.

O monitoramento foi feito por satélites do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e divulgado quinta-feira (18).

Segundo o Imazon, os 10.573 km² desmatados equivalente a derrubada de quase três mil campos de futebol por dia de floresta e as três primeiras colocações seguem as mesmas desde 2019.

Em 2022, a Amazônia sofreu com o quinto recorde anual consecutivo no desflorestamento.

“Esperamos que esse tenha sido o último recorde de desmatamento reportado pelo nosso sistema de monitoramento por satélites já que o novo governo tem prometido dar prioridade à proteção da Amazônia”, diz Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.

“Mas, para que isso aconteça, é preciso que a gestão busque a máxima efetividade nas medidas de combate à devastação, como algumas já anunciadas de volta da demarcação de terras indígenas, de reestruturação dos órgãos de fiscalização e de incentivo à geração de renda com a floresta em pé”, completou.

Segundo o estudo do Instituto, apenas em dezembro passado, a Amazônia perdeu 287 km² de floresta, um aumento de 105% em relação ao mesmo mês de 2021, quando foram devastados 140 km².

Foi o mês que teve a maior alta do ano na derrubada. Com isso, 2022 também teve o pior dezembro desde 2008, quando o monitoramento do Imazon começou.

Também Mato Grosso e o Amazonas foram os únicos estados que tiveram aumento na destruição em relação a 2021, tanto em áreas federais quanto em estaduais, sendo os responsáveis pelo fechamento do acumulado da Amazônia em alta.

O caso mais grave foi do Amazonas, onde a devastação cresceu 24% em comparação com o ano anterior, quando foram derrubados 2.071 km².

No território mato-grossense subiu de 1.504 km2, em 2021, para 1.604 neste ano.

Em relação à jurisdição das áreas desmatadas em 2022, 80% era de responsabilidade do governo federal, o que equivale a 8.443 km² em toda a região.

Em Mato Grosso, as terras indígenas Sete de Setembro, divisa com Rondônia, e a Kayabi, divisa com o Pará, estão no ranking das 10 com maior desmate.

PREVENÇÃO E COMBATE - De acordo com dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), nos quatro anos, a gestão do governador Mauro Mendes investiu R$ 180 milhões na prevenção e combate ao desmatamento ilegal e incêndios florestais.

O montante foi usado para aquisições, contratações, e insumos para operações ambientais em todo o território estadual.

Com o aumento de recursos investidos, a garantia é de que Mato Grosso avança na redução do desmatamento ilegal e que o Estado está preparado para dar uma resposta rápida e impedir que o desmatamento ilegal aconteça.

A Sema aponta que, no último ano, a queda foi de 13,8%, em comparação com o período de 2019/2020, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A redução está acima da média nacional, que é de 11%.

RISCO 2023 - Mato Grosso também está entre os três primeiros considerados mais críticos em relação ao risco de desmatamento ao longo deste ano de 2023.

O Estado, o Pará e o Amazonas representam 73% da área sob ameaça de derrubada em 2023, totalizando 8.582 km².

Deste total, 1.780 km2 somente no território mato-grossense.

Pelo menos é o que aponta a plataforma de inteligência artificial PrevisIA, desenvolvida pelo Imazon, em parceria com a Microsoft e o Fundo Vale.

Os dados foram divulgados no último dia 05 deste mês. De acordo com o Imazon, a ferramenta já mostrou uma assertividade de quase 80% na previsão de desmatamento, em 2022.

Para validar o quanto a PrevisIA acertou, os pesquisadores cruzaram as áreas que a plataforma previu estarem sob risco de derrubada, entre agosto de 2021 e julho de 2022, com a devastação registrada pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, no mesmo período.





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