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Cultura
Sábado - 30 de Março de 2024 às 07:13
Por: Lidiane Moraes/Redação Primeira Página

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A vida é surpreendente e não importa a idade. E a vida tem surpreendido mulheres que participam de um curso de teatro para idosos, oferecido pelo Sesc Arsenal, em Cuiabá.

anny teatro sescAnny Ramazzotti durante a apresentação de uma peça. (Foto: Assessoria/Sesc)

Um grupo de quase 20 mulheres com idade acima dos 60 anos se reúne toda semana para ensaiar e exercitar a criatividade.

Entre elas está Anny Ramazzotti, de 75 anos. Ela, que já tem nome de artista nunca havia se imaginado além dos bastidores de uma peça de teatro.

A partir do convite de uma amiga, passou a frequentar as aulas de teatro e mudou totalmente sua visão a respeito da vida.

“Eu sempre gostei de teatro, de confeccionar fantasias, inclusive já trabalhei em parceria com diversas escolas para confecção de roupas para apresentações em dias festivos”, contou ela.

Há dois anos, Anny tem tido uma experiência incrível por meio do teatro e descobriu que além de figurinista, poderia também fazer parte do elenco de uma peça e usar sua criatividade também para ajudar no desenvolvimento de uma peça.

Na última apresentação que fez, no ano passado, ela e as amigas, confeccionaram uma peruca que tem uma trança de 3,5 metros.

Então, além de atuarem nos espetáculos, elas participam de toda a produção.

Sempre que pode viajar com os filhos, Anny aproveita para observar as roupas, os artistas e os artigos de arte. Foi assim quando teve a oportunidade de ir para a Disney, uma viagem que ganhou de presente dos filhos.

“Foi incrível! Se pudesse, moraria lá só para trabalhar com aquelas roupas lindas, aquelas fantasias tão bem feitas. Me senti muito realizada”, lembrou ela.

teatro sesc idososGrupo recebe a orientação do professor André Ferreira. (Foto: Arquivo pessoal)

O psicólogo Wallace Rodolfo Dume explica que é preciso rever os conceitos de envelhecimento.

“Ao falarmos dos idosos, ainda temos alguma dificuldade em entender que o modo de envelhecer se alterou. É importante observar que envelhecer não significa isolamento e tristeza. É necessário buscar novas formas de construir relações, produzir bem-estar, ressignificar os tempos. E, sem sombra de dúvidas, como nos lembra Nietzsche, a arte é um caminho primoroso de transvaloração da vida. Fazer teatro, dança, continuar amando, redescobrir amores, derrubar tabus: essa é a vida idosa dos novos tempos”, comentou.

Ele lembra ainda que o importante é se sentir bem, e de bem com a vida, com as pessoas, sem pressões desnecessárias. Assim, é possível promover um envelhecimento saudável para o corpo e para a mente.

O professor da turma, André Ferreira disse que é ele quem aprende com a turma e sente realizado por fazer parte da vida de pessoas que tem tanto a contar e a contribuir com a arte.

“Estou muito encantando, porque elas trazem outra realidade, já passaram por muita coisas, têm uma bagagem e tanto. Além disso, elas estão lá para se divertirem e para fazer com que os outros se divirtam”, comentou ele.

O acolhimento é importantíssimo. “Elas são muito participativas e eu busco essa inserção, esse acolhimento, para tirar delas o que elas querem fazer, a espontaneidade, a aventura e a diversão”.





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