MT registra queda histórica nas queimadas em agosto Com pouco mais de 6,9 mil focos de calor detectados até ontem, Mato Grosso tem expressiva redução nas áreas atingidas por queimadas neste ano, com destaque para o mês de agosto passado

Resultado de uma menor severidade da seca em 2025 e dos esforços de prevenção e combate ao fogo irregular, Mato Grosso registra expressiva redução nas áreas atingidas pelos incêndios nesse ano. Até ontem (2), o Estado contabilizava 6.901 focos de calor, o que representa uma queda de 73% comparado ao mesmo período de 2024, com 26.480 pontos de queimadas.

O resultado positivo é, especialmente, verificado em agosto, mês que costuma ser um período de intensa seca, o que cria um cenário ideal para os incêndios florestais, quase todos eles provocados por humanos, intencionalmente ou não.

Ao longo do mês passado, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram 2.322 focos ativos (-84,1%) contra 14.617 registrados nos mesmos 31 dias do ano passado. A quantidade é a menor já registrada na série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Situação semelhante é observada em julho, com 1.017 ocorrências neste ano. No mesmo período de 2024, foram 2.472.

Os dados do Inpe, no entanto, colocam Mato Grosso no primeiro lugar do ranking nacional de queimadas. Na sequência está o Maranhão (6.310), seguido pelo Tocantins (5.662) e da Bahia (4.185). No país, são 48.492 (-63%) focos ativos ao longo do ano até o momento.

Comandante-geral do CBM, coronel BM Flávio Glêdson Vieira Bezerra, avalia que os números confirmam a efetividade da atuação dos bombeiros militares, bem como das políticas públicas implementadas e da integração entre os órgãos públicos e o setor produtivo no combate às chamas.

“Mato Grosso demonstra que, com planejamento, investimento e integração, é possível reduzir drasticamente os impactos dos incêndios florestais, protegendo vidas, comunidades e o patrimônio ambiental”, afirmou por meio da assessoria de imprensa.

Mesmo com a diminuição significativa, o CB reforça que a participação ativa da população segue sendo essencial para a prevenção de incêndios florestais e queimadas ilegais considerando os riscos ainda elevados da temporada de estiagem, de acordo com o tenente-coronel BM Rafael Ribeiro Marcondes, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA).

“A redução nos focos de calor é um reflexo do esforço coletivo, mas ainda estamos em um período crítico e a responsabilidade compartilhada é fundamental para evitar o uso irregular do fogo, reduzir os danos ambientais e proteger vidas”, comentou. “A colaboração da população, com atitudes responsáveis e o cumprimento da legislação, é essencial para mantermos esse cenário positivo até o fim da estiagem”, completou.

Já monitoramento da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) que houve um abrandamento em abril e maio deste ano no território mato-grossense. Também entre junho e julho, ato Grosso seguiu livre de seca, o que aconteceu por dois meses consecutivos pela primeira vez desde a entrada do Estado no “Mapa do Monitor”, em junho de 2021.

Corpo de Bombeiros mantém a ampliação das ações integradas de prevenção e combate aos incêndios florestais. Entre as medidas já implementadas, destaca-se a operação “Infravermelho”, que utiliza monitoramento remoto via satélite, operado pelo BEA. O objetivo é identificar áreas de risco e combater o uso irregular do fogo no Estado, permitindo a responsabilização dos autores e a mitigação dos danos ambientais.

No combate em campo, o CB conta com um efetivo de 1.420 bombeiros militares, contingente é reforçado por 150 brigadistas estaduais temporários e 100 brigadistas municipais. A corporação também conta com o suporte de 80 viaturas especializadas no combate a incêndios florestais, entre outros.

As medidas fazem parte do investimento de R$ 78 milhões que o Governo de Mato Grosso está destinando à corporação. Ao todo, são R$ 125 milhões investidos pelo Executivo estadual em ações de combate aos incêndios florestais e de enfrentamento ao desmatamento ilegal.