Com chuvas antecipadas, MT acelera plantio da soja Semeadura atingiu 15% na primeira semana de outubro superando os 6% da marca histórica
O plantio de soja da safra 2025/2026 avançou em Mato Grosso. Dados do último relatório de mercado do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgado na sexta-feira (3), o estado já plantou 15,03% dos 13 milhões de hectares previstos para o ciclo.
O índice superou o dobro da média histórica dos últimos cinco anos que eram de 6,10% e ainda mais em relação ao ano passado que nessa época havia semeado apenas 2,09%, devido à falta de chuvas.
Total semeado em 2025 já é mais que o dobro da média histórica para o período | Foto: Nágera DouradoSegundo o Imea, os municípios que mais avançaram na semeadura são Feliz Natal, Sorriso, Santa Rita do Trivelato, Cláudia, Nova Mutum, Porto dos Gaúchos, Lucas do Rio Verde, São José do Rio Claro, Vera e Campo Novo do Parecis.
A comercialização da safra 2025/2026 também segue em ritmo de avanço. Segundo boletim do Imea divulgado em setembro, 27,40% da produção já havia sido negociada, ante 22,49% registrados no mês anterior. Apesar da alta mensal, o desempenho ainda está cerca de três pontos percentuais abaixo do observado no mesmo período da safra 2024/2025, quando 30,41% da soja já estava comercializada.
SEMEADURA DA SOJA EM MATO GROSSO
SAFRA 25/26
SAFRA 24/25
MÉDIA HISTÓRICA (5 ANOS)
Os índices do plantio dependem de um importante fator: o clima. De acordo com a previsão climática divulgada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), outubro deve concentrar chuvas acima da média para as regiões oeste e extremo sul de Mato Grosso. Estimativa que deve favorecer o plantio do grão. Em contrapartida, para o restante do estado, os volumes de chuva devem ser abaixo da média.
Moratória da soja
Além da perspectiva climática que atrai a atenção dos sojicultores neste momento, produtores rurais estão de olho nas decisões políticas que afetam o setor produtivo. Na semana passada, entidades que defendem os sojicultores comemoraram decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que manteve as medidas de restrição da Superintendência Geral que suspendem à moratória da soja a partir de 2026.
O acordo foi feito entre tradings e está vigente desde 2008. O documento restringe a compra de grãos cultivados em áreas desmatadas na Amazônia e segundo as entidades de classe afetam a concorrência e prejudicam o mercado de grãos.
Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), o fim da moratória devolve segurança jurídica e dignidade aos produtores que sempre atuaram em conformidade com o Código Florestal e as leis ambientais brasileiras.
O superintendente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Cleiton Gauer, também celebrou como conquista para a cadeia produtiva. “Vemos com bons olhos essa decisão do Cade, porque a tarefa da federação é pedir respeito aos produtores e à legislação do Código Florestal”, destacou.

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