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Meio Ambiente
Terça - 11 de Novembro de 2025 às 12:00
Por: Marcos Lemos/Diário de Cuiabá

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Um estudo do Instituto Centro de Vida (ICV) revela um dado alarmante: cerca de 90% de toda a área desmatada na Amazônia entre agosto de 2024 e julho de 2025 foi aberta sem qualquer autorização ambiental. A análise, feita a partir das plataformas oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) — como o PRODES Amazônia e Cerrado — mostra que 4,4 mil km² de floresta amazônica foram derrubados de forma irregular apenas nesse período.


O cenário no Cerrado também preocupa. Lá, 3 mil km² foram desmatados sem licença, o que corresponde a quase metade da área monitorada. Os dados foram obtidos a partir do cruzamento de informações do Sistema Nacional de Controle da Origem de Produtos Florestais (Sinaflor) com bancos de dados estaduais de meio ambiente, o que permitiu identificar com mais precisão as áreas sem registro legal de exploração.


Entre os dez municípios com maior incidência de desmate ilegal aparecem São Félix do Xingu (PA), Apuí (AM) e Marcelândia (MT), além de Colniza e Peixoto de Azevedo, também em Mato Grosso. A lista inclui ainda Altamira, Lábrea, Uruará, Portel e Itaituba, todos na Amazônia Legal. Já entre as cidades com autorizações ambientais regulares destacam-se municípios do Maranhão, Piauí, Bahia e Tocantins, como Balsas, Guadalupe, São Desidério e Paranã.


Mesmo com a redução geral das taxas de desmatamento nos dois biomas em relação ao ano anterior, o ICV alerta que o índice de ilegalidade permanece elevado, o que evidencia falhas estruturais no monitoramento e na responsabilização dos infratores.
O levantamento também reforça que a derrubada da vegetação nativa é hoje a maior responsável pelas emissões de gases de efeito estufa no país, o que dificulta o cumprimento da meta brasileira de zerar o desmatamento até 2030.


Mauro Mendes questiona dados e critica uso político de estatísticas
Durante a COP 30, em Belém (PA), o governador Mauro Mendes (União Brasil) reagiu ao relatório do Inpe que indicou Mato Grosso como o único estado da Amazônia Legal com aumento no desmatamento no período avaliado. Mendes contestou a metodologia e afirmou que o levantamento incluiu áreas queimadas não relacionadas à ação de produtores rurais.


“Alteraram o método e colocaram na conta áreas atingidas por fogo que muitas vezes começa em terras indígenas ou por causas naturais. Dizer que o produtor coloca fogo na própria lavoura é o mesmo que acusar o dono de uma loja de incendiar o próprio estoque”, ironizou.


O governador classificou a leitura dos dados como “politizada”, defendendo que Mato Grosso mantém mais de 60% do território preservado e é referência mundial em produção sustentável. “Nenhum país preserva tanto quanto o Brasil, e nenhum estado combina produtividade e conservação como Mato Grosso”, afirmou.


De acordo com o Inpe, o desmatamento caiu 11% na Amazônia e 11,5% no Cerrado, mas subiu 25% em Mato Grosso. O governo estadual, porém, alega que o estado ainda registra redução de 86% no desmate em relação ao pico histórico de 2004, e que os critérios federais não refletem a realidade local.





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