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Economia
Sexta - 28 de Novembro de 2025 às 14:19
Por: Nagera Dourado/Primeira Página

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Mato Grosso é o maior produtor de milho do país com uma marca de 55 milhões de toneladas na safra 24/25. Nos últimos anos, a demanda no mercado interno tem sido crescente, principalmente pelo crescimento da produção de etanol de milho.

Mato Grosso lidera produção de etanol de milho | Foto: EnvatoDemanda por etanol impulsionou produção de milho em 200% | Foto: Envato

Das 150 milhões de toneladas de milho produzidas no Brasil, cerca de 100 milhões são consumidas no mercado interno. Deste montante, cerca de 20 milhões de toneladas são destinadas à produção de etanol. Os dados foram informados pela Agroconsult, durante 6º Encontro Técnico do Milho, realizado em Cuiabá.

“Esse crescimento do mercado interno tem trazido uma dinâmica em termos de comercialização e liquidez para o milho muito importante. Nós temos hoje o mercado ao longo de todo ano, então isso traz mais liquidez, traz mais previsibilidade e com isso o produtor também aposta um pouco mais na cultura”, explica o CEO André Debastiani.

O crescimento da indústria de etanol é muito recente, mas as expectativas é que essa demanda cresça ainda mais. Hoje, 27 usinas estão em operação no Brasil, mas o número deve aumentar para 36 num breve período.

“Quando a gente olha as projeções futuras, o milho vai continuar ganhando espaço em inúmeros anúncios de novas usinas de produção de etanol a partir de milho já anunciadas e que vão estar em operação ao longo dos próximos anos”, afirma.

Segundo a Bioind (Indústrias de Bionergia), a primeira usina de etanol de milho foi instalada em Mato Grosso em 2017. Hoje, o Estado conta com 18 usinas em operação e cerca de seis usinas autorizadas e em construção. Giuseppe Lobo, diretor-executivo da instituição destaca que os números mostram o quanto a indústria movimentou a cadeia.

“De 2017 até hoje saímos de um volume de 17 milhões de toneladas de milho para 55 milhões de toneladas de milho, na safra. O etanol de milho tem incentivado o produtor a produzir mais milho e a gente tem visto isso nos dados”.

Avanço da produção de milho em MT

2017 – 17 milhões de toneladasSafra 24/25 – 55 milhões de toneladas

Para ele, a perspectiva é de ainda mais crescimento. “Na safra 24/25, registramos mais de 6 bilhões de litros de etanol, contando etanol cana e etanol milho. Nessa safra 25/26, a gente deve fechar com 7,13 bilhões de litros, sendo que pouco mais de 6 bilhões de litros serão a partir do milho”, destaca enfatizando que a modalidade não deve substituir o etanol de cana-de-açúcar. “A gente entende que o etanol de milho e o etanol de cana vão coexistir e um vai complementar o outro”.

Ração em alta

Outro importante subproduto no mercado interno é o DDG, material proveniente do milho utilizado para ração animal. “Ao se processar o milho para etanol, todo o teor proteico é conservado no DDG que tem sido utilizado para ração de bovinos, suínos e frangos e isso tem estimulado mais confinamento no Estado”, explica Lobo.

Reproducao DDG 1Maior oferta de DDG no mercado interno motiva produtores a investirem na pecuária | Foto: FS/Divulgação

“Para a gente, é muito importante também porque vai desmentir aquela tese que muita gente fala de que a produção de etanol de milho contrasta com a produção de alimentos. O etanol induziu um incremento da produção de milho no estado”, afirma.

Ele completou dizendo que a cadeia de etanol consome 16 milhões de toneladas, ou seja, “ainda tem muito milho aí para alimentação animal, para alimentação humana, para outras destinações e também tem o DDG que tem estimulado o confinamento do gado”.

Thiago Bissoni é sucessor familiar e diretor de agronegócios de um grupo agrícola. Segundo ele, destinar milho para a indústria de etanol tem impulsionado uma cadeia de valor que beneficia vários setores.

“A mesma indústria de etanol acaba produzindo o DDG, utilizado na ração animal, e incentiva tanto a produção do milho quanto o confinamento na bovinocultura de corte”, explica.

Impulsionando a pecuária, a ação incentiva a exportação da carne produzida no Estado.

“Agregou valor ao milho e trouxe estabilidade, porque antes a gente tinha uma oscilação muito grande no preço do milho. Hoje as indústrias estão comprando milho o ano inteiro. Então além de ter essa possibilidade, essa liquidez no milho, o que ajuda muito também é essa questão da constância. Então a gente consegue vender milho os doze meses por ano”, afirma.

O grupo também possui uma transportadora que, graças a esse novo cenário, expandiu seus negócios.

“Antigamente, a gente transportava muita pluma e basicamente grão. Hoje temos algumas parcerias com indústria de etanol, transportando o álcool até o terminal e o DDG”.





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