Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Politica Brasil
Segunda - 02 de Julho de 2012 às 19:02
Por: GABRIELA GUERREIRO

    Imprimir


Depois de manter-se em silêncio por mais de um mês sobre as denúncias que o ligam ao empresário Carlos Cachoeira, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) subiu hoje à tribuna do Senado para fazer um novo discurso em que se diz inocente.

Demóstenes pediu desculpas aos colegas senadores, disse que é vítima de uma campanha "difamatória" conduzida pela mídia e Polícia Federal e afirmou estar incomodado com o "isolamento" imposto pelos parlamentares.

Ao falar para um plenário vazio, o ex-líder do DEM prometeu fazer discursos diários na tribuna, até quarta-feira, quando a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado vota o processo de sua cassação. Se for aprovado, ele segue para votação secreta no plenário da Casa no dia 11 de julho.

"Virei a tribuna todos os dias para provar minha inocência nas acusações que me foram feitas. O farei com o plenário repleto ou vazio. Não concederei apartes [permitir que outros senadores falem] para poder apresentar minha versão. A versão dos demais já foi apresentada."

O senador disse que vive há 135 dias um "calvário sem trégua" por ter sido julgado e condenado mesmo sabendo ser "íntegro". A tática dos detratores é implodir probidade de décadas de trabalho, esforço e dedicação. Destruição tijolo a tijolo, em pílulas, para terem assuntos que aniquilem minha imagem."

Demóstenes se desculpou com os 44 senadores que discursaram em seu apoio no dia 6 de março, quando falou pela primeira vez da tribuna da Casa sobre as denúncias. "Quem está aqui hoje é o mesmo homem daquele dia: envergonhado, abatido, cansado, esgotado. É de peito aberto que volto aqui pedindo perdão pelos erros."

Depois, estendeu o pedido de desculpas aos demais parlamentares. Pediu para ser julgado pelos colegas não pelo "achincalhe" público, mas pelas acusações em que diz ser inocente.

"O motivo a campanha difamatória pode ter provocado os silêncios das vozes de apoio. A campanha foi tão difamadora que os senadores podem estar duvidando da minha honradez, o que me fere de morte", disse.

Em um desabafo, disse que o "pior" da situação atual é não ter o apoio de colegas do passado. "A dor provocada pelo escândalo é insuportável. Meu organismo não tem mais lágrimas a verter. Compreendo as razões de alguns para me alvitrarem. Os holofotes transformam em comparsa o colega educado que chega a mim com urbanidade."

O senador disse que se sente uma "chaga contagiosa do apodrecido pela exposição", mas não pelos fatos.

O ex-líder do DEM afirmou que vai provar sua "honradez e retidão" que são "dívida" do apoio recebido em seu primeiro discurso, feito no dia 6 de março.

Demóstenes rebateu novamente as acusações do PSOL que deram início ao processo no Conselho de Ética que aprovou, na semana passada, a cassação do seu mandato. Disse que não usou o mandato para beneficiar Cachoeira, não recebeu recursos do empresário e nem faltou com a verdade quando afirmou desconhecer negócios ilegais conduzidos pelo empresário.

O senador reiterou que a Polícia Federal fez uma seleção de áudios de conversas em que foi citado ou participa dos diálogos com o objetivo de prejudicá-lo, com ataques diretos e acusações aos policiais e ao Ministério Público. "O fim almejado é manipular ação para ficar insustentável a degola do parlamentar", disse.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/47577/visualizar/