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Domingo - 01 de Julho de 2012 às 09:38
Por: Allan Brito

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Comunique/Divulgação
Memorial Rogério Ceni é uma pequena homenagem do Sinop, que pretende ampliar ainda mais o tributo
Memorial Rogério Ceni é uma pequena homenagem do Sinop, que pretende ampliar ainda mais o tributo

O São Paulo não é o único clube brasileiro que tem Rogério Ceni como ídolo. A cerca de 2.000 km da capital paulista, uma cidade do interior do Mato Grosso também idolatra o goleiro. Afinal, foi em Sinop que ele começou a se destacar debaixo das traves. Vinte e dois anos depois, Ceni já ganhou um memorial em sua lembrança, uma homenagem que pode ir além: mesmo após cair para a segunda divisão estadual, o clube local pretende construir o Centro de Treinamento Rogério Ceni, que pode servir até para os eventos Copa do Mundo de 2014.

Essa intenção foi confirmada ao Terra, com exclusividade, pelo presidente do Sinop, Éder Ferreira. Nem o próprio Rogério Ceni sabe da possível homenagem ainda. "Estou pretendendo descer para São Paulo o quanto antes para conversar com ele. Dentro do trabalho que temos, tem o planejamento de iniciar um Centro de Treinamento para o Sinop. Já consegui a promessa de uma área e quero conversar para homenagear com o nome dele no CT", revelou.


Aos 17 anos, após fazer história pelo Sinop ao ser campeão estadual, Rogério Ceni chamou atenção de um olheiro do São Paulo e foi indicado por um conselheiro para fazer testes no clube paulista (Comunique/Divulgação)

 

Mas a relação entre Éder e Ceni não vai começar nessa conversa. Muito pelo contrário: os dois eram companheiros de clube quando fizeram história pelo Sinop, conquistando o título do Campeonato Mato-Grossense de 1990. O goleiro tinha apenas apenas 17 anos, enquanto o meio-campista tinha 20. O primeiro virou ídolo no São Paulo. O segundo teve uma carreira precoce e, por problemas pessoais, desistiu da carreira aos 22 anos. Não faz mal. Uma promessa deve unir os dois novamente. "Nós começamos uma amizade legal e ele já me falou: "quando você for presidente, vou dar uma mão pra você". Então vou procurar ele. Afinal, é a cidade em que ele iniciou a carreira", lembrou Éder.

Mas Ceni sempre ajudou como pôde. Nunca esqueceu suas raízes, até porque costuma passar suas férias em Sinop. Sem esquecer do futebol, antes de ir para sua fazenda ele costuma promover um jogo beneficente para colaborar com as entidades sociais de Sinop. Além disso, já apoiou o clube local com conselhos para as categorias de base, doação de materiais esportivos e até doação de objetos pessoais para um memorial. "Ele trouxe Bola de Prata, Bola de Ouro, camisas que ele usou na Copa. Lá tem até uma foto dele comigo. E colocaram também o troféu do Estadual de 1990. É um espaço pequeno, mas é muito bonito", descreveu Éder.

O terreno foi concedido pela prefeitura e o projeto na verdade ainda nem está pronto. Além disso, o presidente do Sinop teme que a construção não seja realmente aproveitada durante os eventos da Copa de 2014. "Não sei se as seleções vão vir para cá porque é muito longe. Mas a gente quer fazer um CT moderno e que pelo menos uma equipe venha aqui para fazer algum amistoso. Tem que aproveitar essa chance", observou, antes de completar que a ajuda de Ceni pode vir de outras maneiras também: "quero ver se ele vem com ideias, conselhos e com a imagem dele também, pra ajudar a gente a melhor a situação financeira e manter o time".

Afinal, as dificuldades do Sinop não são pequenas. Tradicional no Mato Grosso, a equipe sofreu uma grande decepção recentemente: em 2011, sem nenhum Rogério Ceni no elenco, o time foi rebaixado para a segunda divisão estadual. "Não foi coisa só da gestão anterior, não foi só uma pancada. É um gerenciamento antigo que já vinha tropeçando, até que sucumbiu no ano passado", analisou Éder Ferreira, que assumiu o clube em setembro do ano passado com a missão de fazer um planejamento a longo prazo e recuperar a equipe.

O principal problema era financeiro. Com descrédito na cidade, sem apoio da prefeitura, o Sinop passou a ter dificuldades para se manter. Ficou pelo menos uma década sem fazer sequer uma campanha digna de sua história. Nem a torcida do Sinop apoiava como antigamente. Além disso, o clube passou a sofrer com a concorrência de outras equipes que têm dominado os estaduais, como Luverdense, Cuiabá, União de Rondonópolis e ainda o tradicional Mixto.

Mas pelo menos na segunda divisão o time tem tido motivos para comemorar: em uma competição com sete times, até agora é o vice-líder. O time do técnico João Caruso caminha a passos largos para ficar entre os quatro primeiros e assim se classificar para o mata-mata. "Se eu soubesse que a gente formaria um time tão forte eu só ia querer pontos corridos", brinca Éder, que resgatou o apoio financeiro da prefeitura para reestruturar a equipe.

Agora resta saber se o time contará mais uma vez com o apoio do seu maior ídolo. Em recuperação de uma grave lesão no ombro direito, o goleiro terá a chance de receber uma homenagem que nunca teve sequer do São Paulo. Rogério Ceni já está marcado na história de dois clubes. Pode ficar também gravado também no CT de um deles. 





Fonte: Terra

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