O DEM confirmou nesta segunda-feira que apoiará a manutenção de José Fortunati (PDT) como prefeito de Porto Alegre nas eleições de outubro. Com a adesão, a legenda desiste de lançar candidato o deputado estadual Paulo Borges e se junta a PDT, PMDB, PTB, PPS, PRB, PMN, PRP, PTdoB, PRTB e PP, em aliança que já soma 11 partidos em favor do pedetista. O apoio, anunciado pelo deputado federal Onyx Lorenzoni após reunião do conselho político do partido, será referendado na convenção do DEM, marcada para a próxima segunda-feira.
Borges garantiu que, a despeito de concorrer com tantas legendas, o DEM exigirá "posição de destaque" em um eventual governo. "A gente quer uma posição de destaque nas decisões. Claro que isso inclui secretarias. A gente quer ficar, na verdade, comandando Porto Alegre conforme a importância que vamos levar para o Fortunati, que é de quase 10% (do eleitorado) e define a eleição", disse o deputado, em menção à pesquisa do Instituto Methodus, que o apresenta com 9,2% das intenções de voto, à frente do vereador Adão Villaverde, do PT, sigla que governou a capital gaúcha por 16 anos consecutivos.
"A gente quer, obviamente, ter a mesma importância que os outros partidos. Isso é algo que todo e qualquer partido quer - deseja participar de um governo. Sem dúvida alguma, nós vamos trabalhar em cima de uma divisão adequada para o nosso partido também", afirmou, acrescentando que, com o DEM, Fortunati tem chances de vencer as eleições no primeiro turno. "Nosso percentual pode decidir a eleição e, ao tomarmos essa decisão de compor com o governo Fortunati, não tenho dúvida alguma de que esse percentual vai pesar, e muito. Não tenho dúvidas de que ganhamos no primeiro turno."
Apesar de tentar convencer seus correligionários a ignorar as pesquisas eleitorais, Fortunati reconheceu que os primeiros números sobre intenção de votos na cidade favoreceu a aproximação com o DEM, que, ele afirma, "traz uma força militante muito forte. Um partido que tem muito vigor em Porto Alegre, que apresentou um grande candidato, Paulo Borges, que tem um percentual já bastante expressivo, e naturalmente isso acaba fomentando ainda mais a nossa campanha".
Fortunati havia antecipado a parceria em discurso na convenção do PDT, que o escolheu ontem como o principal nome da chapa majoritária, na qual será secundado pelo vereador Sebastião Melo (PMDB), que concorrerá a vice. "Estamos com 11 partidos, teremos o maior tempo de televisão, teremos a maior militância se organizando pela cidade", afirmou Fortunati. Também no domingo, o presidente municipal do PDT, deputado federal Vieira da Cunha, indicava o DEM na coalizão. "Na segunda-feira, teremos o 11º, e estamos atrás do 12º. Já pensou que maravilha seria?", comemorou. "O DEM deverá se aproximar e se vincular a nós muito em breve", previu o ex-prefeito José Fogaça (PMDB).
No sábado, diante de mais de 2 mil militantes na convenção do PMDB, o vereador Reginaldo Pujol (DEM) subiu à tribuna para "cumprir uma incumbência", deixada por Paulo Borges, de "proclamar publicamente o reconhecimento do nosso partido à conduta ética e à extraordinária competência" da atual gestão municipal.
Antes do DEM, o último partido a garantir lugar no palanque ao lado de Fortunati havia sido o PP, da senadora Ana Amélia Lemos, que se tornou pivô de um racha entre os progressistas ao pregar apoio à candidatura da deputada federal Manuela D"Ávila (PCdoB). Líder na pesquisa do Instituto Methodus, Manuela já recebe dos coligados com Fortunati status de "principal adversária".
Na eleição proporcional, o DEM pretende coligar com o PPS e a frente integrada, ainda, por PMN, PTdo B, PRTB e PRP, totalizando 72 candidatos.
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