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Agronegócios
Domingo - 17 de Junho de 2012 às 19:40
Por: Leandro J. Nascimento

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Período do vazio sanitário em Mato Grosso marca o início da contagem regressiva para a próxima safra de soja no estado que mais produz a oleaginosa. O plantio começa em setembro, posterior ao prazo em que encerra a restrição ao cultivo do grão. Para a próxima temporada, projeta-se uma produção na ordem de 23 milhões de toneladas, crescimento de 7,7% sobre 2011/12, quando do campo foram retirados 21,3 milhões de toneladas. Mas os preparativos para a semeadura movimentam o meio rural. Destaque para a compra antecipada de insumos no estado.

Algumas empresas do setor já negociaram mais de 90% dos insumos necessários para o agricultor dar início ao plantio da lavoura. "Da cultura da soja já temos 95% do produto [fertilizante] negociado, inclusive tivemos produtores que já fizeram a aquisição para a safrinha. Seja ela de milho, algodão ou outra cultura após a soja", destaca o empresário Miguel Weber dos Santos.

soja transgênica (Foto: Leandro J. Nascimento/ G1)
Soja será plantada em setembro, após fim do vazio.
(Foto: Leandro J. Nascimento/ G1)



Mas o produtor está desembolsando mais com o pacote de insumos para a próxima safra de soja. Somente no mês de abril ficou 13,7% mais caro, puxado principalmente pelo fertilizante, cujo preço aumentou 22% na comparação com o mês de março, apontou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.

Cleber Noronha, analista de mercado do Instituto, lembra que a variação de preços para o pacote de insumos também provocou alta no custo geral de produção para a soja. Tornou-se 9,4% superior saindo de R$ 1.816,75 em março a outros R$ 1.987,55 em abril.

Em troca dos itens necessários, produtores já comprometeram percentuais das safras que ainda serão colhidas no ano que vem. No município de Itiquira, a 359 km da capital, a agricultora Juliana Xavier já vendeu 15% do que irá colher em 3 mil hectares. "Fixamos este produto para o mercado futuro".

Mas apesar de custos maiores, negócios fechados para a próxima temporada imprimem forte ritmo no estado. "O setor como um todo se organiza. O produtor vai ter sua mercadoria em tempo certo e quando o mercado das commodities sobe o produtor fica mais capitalizado", acrescenta ainda Miguel Weber, de uma empresa de fertilizantes de Rondonópolis, município a 218 quilômetros de Cuiabá.

Na mesma cidade, o produtor rural Dorair André Dognani vai plantar 5,5 mil hectares e conseguiu baixar os custos com aquisição do pacote de insumos mediante antecipação dos negócios. "Foi interessante comprar em fevereiro, março ou até mesmo antes pela relação de troca adubo com a soja. Paguei mais barato, um preço mais aceitável e em torno de 15% menor", lembra o empresário rural.

O fertilizante ainda é o que mais pesa no bolso do produtor. Mato Grosso é o estado brasileiro que mais consome o produto. De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos, quase 20% de todos os produtos entregues aos consumidores finais no Brasil, 1,34 milhão abasteceram somente a unidade federada. No país, entre janeiro a abril foram 6,8 milhões de toneladas.





Fonte: Do G1 MT

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