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Nacional
Quarta - 13 de Junho de 2012 às 06:00
Por: Gabriela Lima

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Ricardo Rafael/Jornal O Popular
Maria Aparecida quer esclarecimento sobre morte de sua mãe
Maria Aparecida quer esclarecimento sobre morte de sua mãe
Uma mulher de 74 anos considerada morta teria apresentado sinais vitais durante avaliação na mesa de necropsia no Serviço de Verificação de Óbito (SVO), em Goiânia, na segunda-feira (11). A alegação é da família da pensionista Maria José Moreira Selvatti, que reclama de negligência médica.

Filha da idosa, Maria Aparecida Moreira Selvatti, 50 anos, diz que a mãe sofria de doença de Chagas, tinha um marcapasso e às vésperas da morte se queixava de dores do lado esquerdo do abdômen. Como morava em frente à casa da mãe, no Jardim Novo Mundo, foi ver como ela estava na manhã de terça. Ao entrar na residência, a encontrou praticamente desacordada.

Ela levou a idosa ao Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) do Jardim Novo Mundo, onde médicos declararam que ela havia morrido em consequência de uma para cardíaca. Mas a suspeita de que mulher poderia estar viva ao ser levada para o Serviço de Verificação de Óbito fez aumentar a dor da família.

Na certidão emitida pelo Instituto Médico Legal (IML), como causa da morte aparece: "a esclarecer". Segundo Maria Aparecida, o documento diverge do parecer apresentado aos familiares no Cais do Jardim Novo Mundo por volta das 8h de terça, quando médicos atribuíram a morte a uma parada cardíaca.

Necrotério
A confusão ocorreu no Serviço de Verificação de Óbito, quando a filha aguardava a liberação do corpo da pensionista. De acordo com Maria Aparecida, enfermeiros foram chamados às pressas porque uma mulher levada para o local estaria viva. "Percebi que era a minha mãe e fiquei muito aflita, porque ela ficou muito tempo sem oxigênio", diz.

Segundo a filha, funcionários do local relataram que a mulher apresentava pulsação e que tentariam reanimá-la. Mas por volta das 11h40, no entanto, informaram que a pensionista realmente havia morrido. A família ficou indignada com a situação e, por causa da dúvida, o corpo foi encaminhado ao IML, situado no mesmo complexo do SVO.

Dúvidas
O documento do IML atesta como local de falecimento o próprio Serviço de Verificação de Óbito. "Por que na certidão fala que ela morreu às 11h46 e não às 8h, como os médicos do Cais disseram?", questiona a filha. A família analisa a possibilidade de procurar a Justiça. "Não queremos indenização, só queremos esclarecer os fatos e mostrar esse descaso", diz.

Procurada pelo G1, a médica Raquel Franco, diretora do SVO, preferiu não falar se a mulher estava viva ou morta ao chegar à unidade: "Qualquer coisa que eu disser agora será precipitado. Vamos aguardar o laudo da IML". A coordenadora não soube informar a data do resultado da perícia.

Um funcionário da unidade que pediu para não se identificar confirmou que a mulher apresentou pulsação durante a necropsia. No entanto, ele acredita que se tratava de um falso sinal vital, por causa do marcapasso da paciente. Segundo o funcionário, há aparelhos que emitem impulsos elétricos por até seis horas após a morte da pessoa.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo Cais Novo Mundo, informou que "os processos já foram iniciados com vista a elucidar técnica e eticamente as responsabilidades". O comunicado diz que mais esclarecimentos serão possíveis apenas após o resultado da perícia.





Fonte: Do G1 GO

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