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Internacional
Quarta - 02 de Maio de 2012 às 17:56

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O ativista chinês Chen Guangcheng concordou em deixar a embaixada dos Estados Unidos em Pequim depois de receber garantias de que o presidente Barack Obama apoiará publicamente o acordo acertado na capital chinesa, afirmou um amigo americano envolvido nas negociações.

O anúncio da agência oficial Nova China (Xinhua) de que o dissidente havia deixado a embaixada depois de seis dias foi feito no momento em que Hillary Clinton chegava a Pequim para participar, na companhia de seu colega do Tesouro, Timothy Geithner, do "diálogo estratégico e econômico" anual entre ambos os países na quinta e na sexta-feira.

As conversas sobre a economia e os grandes temas internacionais deste encontro previstas há tempos ficaram seriamente comprometidas pela presença do dissidente na embaixada dos Estados Unidos.

Chen Guangcheng, chamado de "advogado descalço", luta contra as práticas abusivas de esterilização de milhares de mulheres e de abortos forçados.

Segundo uma autoridades americana, a China deu garantias sobre a segurança de Chen Guangcheng, que permanecerá em seu país e não pediu asilo político.

Hillary Clinton havia declarado em seu comunicado que Chen "chegou a uma série de acordos com o governo chinês relativos ao seu futuro, incluindo a possibilidade de dar continuidade aos estudos superiores em um ambiente seguro".

O especialista em China, Jerome Cohen, amigo de Chen envolvido nas negociações anteriores a sua saída da embaixada, afirmou que o presidente americano, Barack Obama, tinha se comprometido a fazer um discurso público avaliando o acordo com a China, que, segundo Cohen, será semelhante à de Hillary.

Após as declarações de Hillary, a China pediu nesta quarta-feira que os Estados Unidos parem de "induzir a opinião pública ao erro".

Washington "não deve mais continuar a induzir a opinião pública ao erro, e procurar de todas as formas mascarar e jogar sobre os outros suas próprias responsabilidades neste caso", declarou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Liu Weimin, em resposta a um comunicado de Hillary.

"Os Estados Unidos deviam tirar lições deste caso, pensar em sua política e em seus métodos, tomar medidas para evitar a repetição deste tipo de incidente, assim como medidas concretas para proteger as relações sino-americanas em seu conjunto", prosseguiu o porta-voz chinês a algumas horas da abertura de um diálogo estratégico entre chineses e americanos.

Bob Fu, presidente da associação China Aid, afirmou que "Chen decidiu deixar a embaixada dos Estados Unidos relutantemente, como consequência de uma ameaça do governo chinês feita a membros de sua família".

Para Zeng Jinyan, esposa do dissidente Hu Jia, "Guangcheng não queria sair da embaixada, mas não tinha opção".

Em um comunicado, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Victoria Nuland, negou que as autoridades chinesas tenham "feitos ameaças físicas ou judiciais a Chen, contra a sua mulher e seus filhos".

"Chen decidiu deixar a embaixada após tomar conhecimento de que sua família estava a salvo", assegurou Kurt Campbell, secretário de Estado adjunto americano para o leste asiático e o Pacífico, que viajou para Pequim antes do previsto, para acompanhar o caso de Chen.





Fonte: AFP

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