TCE teme danos aos cofres públicos e monta força-tarefa para auditar os contratos da Delta em Mato Grosso
Por causa do risco iminente de danos ao erário, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) montará uma força-tarefa para auditar todas os contratos da Delta Engenharia – empresa envolvida em fraudes licitatórias, trafico de influência com políticos de todo país e com o contraventor Carlinhos Cachoreira – com o Estado e as Prefeituras de Mato Grosso.
A determinação partiu do presidente do TCE, José Carlos Novelli, preocupado com os rumores de declaração da Delta como empresa inidônea. Na noite desta quinta-feira (26) o governador Silval Barbosa (PMDB) havia pedido ao TCE que auditasse os contratos que a empresa tem com governo estadual. O órgão resolveu abranger e agora realiza um levantamento mais minucioso também juntos aos municípios.
Segundo informações do Tribunal de Contas, será feito o cruzamento de todos os contratos em buscas de qualquer irregularidade. O TCE vai focar nas fraudes em licitação, superfaturamento e qualquer outra irregularidade que possa ter causado danos aos cofres públicos. Preliminarmente já sabe da existência de contratos da Delta com o Estado e os municípios de Cuiabá e Várzea Grande.
Os relatores das contas desses dois municípios onde já existem contratos detectados, Antônio Joaquim (Cuiabá) e Valter Albano (Várzea Grande), estão diretamente envolvidos no trabalho. Além do TCE, técnicos da Auditoria-Geral do Estado (AGE) estão investigando desde a última sexta-feira (20) os nove contratos já celebrados entre o Governo do Estado e a Delta Construções S/A. Cinco desses contratos ainda estão vigentes.
Embora atue majoritariamente no ramo da construção, a Delta firmou contratos de locação de veículos com as secretarias de Segurança Pública (Sesp) e de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
A apuração de irregularidades nos contratos está sendo realizada conforme determinação do governador SIlval Barbosa (PMDB) no último dia 16. Desde o dia 20, a equipe técnica de aquisições e contratos da AGE está com os documentos em mãos.
A determinação do governador se deve às controvérsias das últimas semanas geradas pelos indícios de relações promíscuas da Delta com o contraventor Carlinhos Cachoeira, que teria se beneficiado de contratos da empreiteira com o poder público.
Alvo da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada pelo Congresso Nacional para averiguar as relações de Cachoeira com empresas e políticos, a Delta possui alguns contratos com o Governo de Mato Grosso desde 2009. Os prazos de quatro deles já expiraram.
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