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Cidades/Geral
Quinta - 26 de Abril de 2012 às 07:19
Por: JARDEL PATRÍCIO ARRUDA

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É comum ouvir o comentário de que mães de criminosos sofrem o dobro. Entretanto, se uma mãe dedicada sofre com a prisão de um filho, quanto sofre uma mulher que ocupa um cargo público quando vê um filho suspeito de envolvimento em uma organização criminosa?

Esse é o caso vivenciado por Sueli de Fátima Dias. Atual secretária de Promoção e Assistência Social de Várzea Grande, ela viu a filha Fernanda Cristina Dias Daltro se transformar no alvo de sites, jornais, rádios e emissoras de TV ao ser presa pelo suposto envolvimento em uma quadrilha especializada em arrombamentos de caixas-eletrônicos.

Para piorar a situação, Fernanda, além de filha de uma secretária municipal, ocupava o cargo de confiança de gerente de licitações daquele município — função que exige extrema credibilidade e honestidade. E, para piorar ainda mais, ela é prima de segundo grau do vice-governador de Mato Grosso, Chico Daltro, cuja família está intimamente ligada à política deste estado.

Então, mesmo não sendo considerada a líder do bando criminoso pelas investigações da Polícia Judiciária Civil, Fernanda acabou se tornando o alvo favorito de todos os veículos de comunicação. Afinal, mesmo que seja absolvida, ela é a prima do vice-governador que está supostamente envolvida com uma organização criminosa com tentáculos interestaduais.

E é exatamente isso que mais tem incomodado Sueli de Fátima Dias quando ela procura notícias a respeito do caso. Para a secretária municipal, que dessa vez afirma falar apenas como mãe, não se pode imputar algo feito por uma pessoa maior de idade a outra somente pelo fato de terem o mesmo sobrenome.

“Hoje, a família do vice-governador tem mais de três mil pessoas. Se até mesmo os dedos da mão são diferentes um do outro, dentro de tantas pessoas existem diferentes pessoas também. E ele não pode vigiar cada um e dizer a eles o que fazer”.

Uma demonstração de o quanto essa associação com o nome de Chico Daltro incomoda, é que ela faz questão de, ao menos tentar, separar o serviço público desse fato.

“Eu mesmo pedi ao prefeito (Tião da Zaeli) para exonerar minha filha para garantir isenção nas investigações”, contou. Fernanda foi exonerada do cargo de gerente de licitações no mesmo dia em que foi presa.

“Independentemente de sobrenome e de parentesco com alguém que exerce um cargo público, ela vai ser investigada e, eu acredito que não, mas caso ela seja considerada culpada por algum ato criminoso, ela irá pagar por ele”, sentenciou.

“Agora, na condição de secretária, o que posso dizer é que continuo firme no desempenho de minhas funções. Já conversei com meu pessoal sobre o fato e continuamos a trabalhar”.




Fonte: DO DC

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