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Domingo - 15 de Abril de 2012 às 23:20

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Reportagens dos jornais “O Globo” e “Folha de S.Paulo” neste domingo (16) apontam a utilização de empresas de fachada para movimentações financeiras entre a Delta Construções e o empresário Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal acusado de comandar um esquema de jogo ilegal.

A empresa divulgou nota, de acordo com os dois jornais, na qual informa que está em andamento uma auditoria no escritório regional da Delta Construção no Centro-Oeste "destinada a levantar todo o relacionamento comercial e financeiro da unidade que era comandada pelo engenheiro Cláudio Abreu", que aparece em gravações de escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal em conversas com Cachoeira. O G1 não conseguiu contato com representantes da empresa neste domingo.

Segundo “O Globo”, Cachoeira usou duas empresas de fachada — a Brava Construções e a Alberto & Pantoja — para movimentar, entre 2010 e 2011, R$ 39 milhões, supostamente transferidos pela Delta para as contas dessas empresas.

Os saques, diz o jornal, eram feitos pelo tesoureiro de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva, único foragido da Operação Monte Carlo, da PF, que resultou na prisão de Cachoeira. As retiradas eram pouco inferiores a R$ 100 mil, valor que exigiria comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), informou "O Globo".

De acordo com o jornal, a Delta, empreiteira com mais contratos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), recebeu, ano passado, R$ 884,4 milhões da União.

Relatório da Polícia Federal ao qual "O Globo" teve acesso indica que parte dos saques foi em período eleitoral: “113 saques em espécie entre 13/08/2010 e 18/04/2011”. Segundo os documentos, os supostos sócios da Brava e da Alberto & Pantoja são “bonecos, montados para os fins da organização criminosa” — alguns teriam tido os nomes modificados para que fossem criados CPFs falsos.

Saques
A “Folha de S.Paulo” aponta que o tesoureiro de Cachoeira, Geovani Pereira da Silva, fez saques de R$ 8,5 milhões em dinheiro supostamente transferido pela Delta Construções. De acordo com o jornal, os saques foram feitos em 2010.

Uma das hipóteses da investigação da PF e do Ministério Público, segundo o jornal, é se o dinheiro teria sido utilizado para fins eleitorais.

Segundo o jornal, o tesoureiro sacou os recursos de uma conta bancária em nome da Alberto & Pantoja Construções e Transportes Ltda, que teria sido criada em 2010 apenas para receber dinheiro da Delta.

Ainda de acordo com a reportagem, no dia 11 de maio de 2010, a empresa abriu uma conta bancária em Anápolis (GO), terra natal de Cachoeira. Passados 11 dias, a Delta teria começado a transferir dinheiro para essa conta. Passadas 72 horas do primeiro depósito, o contador de Cachoeira começou a sacar o dinheiro, de acordo com a polícia. A conta corrente da empresa foi encerrada em agosto do ano passado.

Segundo a "Folha de S.Paulo", a assessoria da Delta disse que as informações das investigações da Polícia Federal são de um inquérito preliminar e que dará resposta  ao "foro judicial adequado" quando for solicitada.






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