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Domingo - 15 de Abril de 2012 às 18:44
Por: Renê Dióz

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O vereador licenciado por Cuiabá e secretário de Estado Francisco Vuolo (PR) foi citado em uma das conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal (PF) em investigação sobre os negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Relatório da PF no inquérito sobre as transações de Cachoeira país afora aponta o nome de Vuolo num telefonema gravado em junho do ano passado entre o bicheiro, que está preso, e Cláudio Abreu, executivo afastado da empreiteira Delta e apontado como sócio de Cachoeira.

No registro, Cláudio fala sobre um investimento milionário em Várzea Grande para a criação de um loteamento de 2.900 unidades para famílias de baixa renda. O empreendimento seria feito por meio de uma parceria na qual a empreiteira se comprometeria a entregar a estrutura e ficaria com 2.180 dos lotes. O restante ficaria para o município de Várzea Grande.

Na conversa, Cláudio pede aval de Cachoeira para “bater o martelo” na negociação - a área necessária para o empreendimento, conforme o executivo informa na conversa, seria adquirida de Vuolo – cujo nome aparece no momento em que o executivo explica para a Cachoeira como ficaria a partilha do terreno de 90 hectares:

“Trinta e dois hectares é do município que é 35%, que é área de rua e praça, né? E uns 35%, e do 58 hectares, 30% de lote é do menino, do dono da área, o Vuolo”, afirma Cláudio, que também explica na conversa que a transação seria  intermediada e viabilizada por Acácio, representante da empresa Delta e responsável também pela burocracia do negócio imobiliário junto ao município de Várzea Grande.

“O Acássio vai correr com o projeto pra aprovar lá na prefeitura”, informa Cláudio no trecho. “Não, pode fechar com ele ai que eu tô dentro”, responde Cachoeira.

Outro lado

O material bruto das gravações foi relatado pelo agente federal Pedro Paulo Monteiro da Silva como ponto de partida para a averiguação de eventuais irregularidades e relações entre Vuolo e Cachoeira por meio da empresa Delta, suspeitas que não devem prosperar, segundo o próprio Vuolo, tal como não prosperou a transação mencionada nas escutas telefônicas.

Após a veiculação do material colhido no inquérito pela PF, o republicano explicou ao Olhar Direto neste domingo (15) que não tem qualquer vinculação com Carlinhos Cachoeira e que o objeto da conversa interceptada é uma área de seu sogro, Gonçalo Pedroso Branco de Barros, que sequer chegou a ser vendida.

O pré-candidato a prefeito de Cuiabá pelo PR explicou que, em meados do ano passado, foi procurado por Acássio, que se apresentou como representante da construtora Delta e também interessado em realizar uma incorporação num terreno de 90 hectares de propriedade da família.

Inicialmente, a família tinha intenção de vender o terreno, mas a própria empresa se desinteressou pelo fato de ele estar fora do perímetro urbano – mais especificamente próximo à saída da cidade na direção de Cáceres. Depois disso, não houve mais contato, alegou Vuolo, que ocupa hoje a Secretaria Extraordinária de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes de Mato Grosso.

“O negócio não prosperou. Foi simplesmente uma relação de especulação imobiliária, foi só um contato. Não teve nada a ver, mas também me coloco à inteira disposição das autoridades para qualquer esclarecimento”, declarou o republicano.






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