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Policia MT
Sábado - 10 de Março de 2012 às 07:53
Por: FRANCIS AMORIM

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Uma clínica particular que estaria sendo usada como suporte para a prática de abortos foi fechada e sete pessoas – dentre elas o médico Orlando Alves Teixeira - foram presas durante a operação Pró-Vita, deflagrada na manhã de ontem pela Polícia Federal. A operação foi realizada para combater a comercialização de medicamentos ilegais e a prática de abortos criminosos nas cidades de Barra do Garças, Alto da Boa Vista e Primavera do Leste, em Mato Grosso, e Aragarças, Baliza, Aparecida de Goiânia e Goiânia, no estado de Goiás.

Os 66 mandados judiciais, sendo 11 de prisão temporária, 33 de conduções coercitivas e 23 de busca e apreensão foram cumpridos, a maioria, no período da manhã por 110 policiais federais e cinco servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Barra do Garças, que determinou também o sequestro dos bens dos investigados.

Segundo o delegado federal Edivaldo Valdemar Gênova, responsável pela operação, as investigações revelaram a existência de uma rede criminosa, dividida em duas ramificações que interagiam na prática dos crimes. A primeira, voltada para a importação e distribuição de medicamentos de origem estrangeira sem o necessário registro na Anvisa, para farmacêuticos e médicos da região; e a segunda era composta por médicos e pessoas associadas, acusados de realizar abortos mediante o recebimento de vantagens financeiras usando a estrutura da rede pública municipal (no caso o pronto-socorro).

“Com escutas telefônicas foi possível descobrir indícios que incriminavam um dos médicos, responsável por grande número de curetagens realizadas no Hospital Municipal, que na realidade eram abortos disfarçados. Além disso, este mesmo médico usava sua clínica particular para outros procedimentos”, disse o delegado, revelando que o médico utilizava os medicamentos ilegais fornecidos por farmacêuticos e cobrava pela realização de serviços custeados pelo Sistema Único de Saúde.

Edivaldo Gênova relatou também que foram ouvidas, na fase de inquérito, 15 pacientes que confirmaram abortos e que, em alguns casos, pagaram entre R$ 800 e R$ 3 mil pelos procedimentos abortivos. “As curetagens eram praticadas nos finais de semana e plantões deste médico, para fugir dos horários de baixa movimentação”, concluiu o delegado.

Durante a fase de investigação foi possível identificar uma série de casos de abortos criminosos e a apreensão de 187 comprimidos de um medicamento abortivo (em quantidade suficiente para a realização de ao menos 50 abortos), 260 comprimidos de Sibutramina, 56 comprimidos de Desobesi-M, 60 comprimidos de Xanax, 40 comprimidos de Rheumazin Forte e 50 comprimidos de Pramil. Além dos medicamentos, foram apreendidos R$ 2,9 mil em dinheiro.

CLÍNICA – A clínica do médico, que por ironia do destino leva o nome de Pró-Vida, foi fechada ainda na manhã de ontem pela Anvisa e pela Vigilância Sanitária Municipal, pois tinha o Alvará Sanitário vencido. No local foram encontrados medicamentos contrabandeados, vencidos, medicamentos do SUS, blocos de receituários do SUS, remédios e materiais cirúrgicos próprios para realização de abortos e medicamentos restritos diversos.

NOME - O promotor responsável pela denúncia que resultou na operação Pró-Vita, Hudson Franco Luiz Mendes, acompanhou a entrevista coletiva do delegado Edivaldo Gênova e, na oportunidade, acabou dizendo o nome do médico Orlando Alves Teixeira como acusado de envolvimento nas acusações, mesmo diante de uma portaria que proíbe a PF de divulgar os nomes de qualquer preso em operações policiais. O médico está com prisão temporária decretada por cinco dias.




Fonte: Do DC

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