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Quarta - 29 de Fevereiro de 2012 às 09:26

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Relatório da Polícia Civil de Lucas do Rio Verde aponta indícios de excessos por parte do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar na ação que terminou com 3 assaltantes de banco mortos. Além de não estarem na cidade por acaso, já possuindo informação de que um crime do tipo seria cometido, vestígios encontrados nos 3 cadáveres apontam que houve ao menos uma execução e que os policiais modificaram deliberadamente a cena do confronto. Por conta dos indícios, o documento ao qual a reportagem de A Gazeta teve acesso com exclusividade, assinado pelo delegado Marcelo Martins Torhacs, pede a instauração de inquérito policial para apurar a conduta dos PMs envolvidos.

No assalto, ocorrido em 10 de fevereiro, morreram Almir Rogério Gomes da Silva, 28, Bruno Augusto Oliveira Souza, 18, e Adriano Nogueira da Costa Oliveira, 24. Em companhia de outros 5 comparsas, eles colocaram duas cargas de explosivos e atacaram os terminais eletrônicos da agência do Banco do Brasil do município. Assim que deixaram a agência, foram surpreendidos pelo Bope e iniciaram a troca de tiros.

De acordo com os laudos dos exames necroscópicos, Souza foi morto com 8 tiros, vários deles disparados pelas costas, enquanto Silva recebeu um tiro na cabeça. Já no corpo de Oliveira, os peritos encontraram marcas de queimadura no lado direito do tórax, o que indica que o disparo ocorreu a curta distância.

Após o tiroteio, os policiais militares encaminharam os 3 criminosos para um hospital da cidade. Ao chegarem à cena do crime, os investigadores encontraram apenas sangue e massa encefálica dos criminosos. Por entender que o resgate de pessoas feridas, criminosas ou não, só tem sentido se ainda estiverem com sinais vitais, foi pedido ao Corpo de Bombeiros da cidade cópia dos relatórios, fichas ou prontuários médicos de atendimento. "Se já estavam mortos, a retirada dos cadáveres buscou violar o local de crime, dificultando a coleta de vestígios", afirma trecho do documento.

De acordo com o documento, a presença dos policiais na cidade mostra que o Bope possuía informações privilegiadas. Logo após as explosões, não se sabe se pelo barulho ou pelas informações colhidas pelo serviço de inteligência, os policiais chegaram ao local imediatamente, posicionando-se à frente da porta da agência bancária, que ficou destruída com as explosões.

Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa, o Ministério Público Estadual informa que não recebeu relatório com a conclusão do inquérito. Já a Polícia Civil informou, também por meio da assessoria, que aguarda manifestação do MP. A PM não se pronunciará sobre a ação e o secretário de Segurança Pública, Diógenes Curado, após dizer que não há excessos contra criminosos que usam explosivos, confirmou que uma sindicância na corregedoria da PM foi instaurada para apurar a conduta dos policiais.




Fonte: A Gazeta

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