Eles exigem presença da Polícia Federal para denunciar crimes ambientais na região
Índios fazem servidor da Funai de refém no Norte de MT
Cerca de 160 índios caiapós, da Terra Indígena Capoto/Jarina, estão mantendo um funcionário da Fundação Nacional do Índio (Funai) como refém, na Aldeia Kapotnhinore, na região dos municípios de Santa Cruz do Xingu e Vila Rica, Extremo-Norte de Mato Grosso, na divisa com o Pará, desde segunda-feira (13).
Segundo informações do Ministério Público Federal (MPF), o clima no local está tenso e os indígenas pedem a presença da Polícia Federal, para denunciarem a prática de crimes ambientais, como desmatamento ilegal e pesca predatória, na área tradicional de ocupação dos caiapós.
Além disso, os índios pedem pela apuração da explosão de uma camionete da Funai, que ocorreu há sete dias. O veículo era usado pelos índios, mas não havia ninguém no momento do incidente. Para os indígenas, trata-se de um ato criminoso.
Na terça-feira (14), as procuradoras da República Márcia Brandão Zollinger e Vanessa Ribeiro Scarmagnani cobraram do presidente da Funai, Márcio Meira, e do diretor de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da fundação, Aloysio Guapindaia, uma atuação imediata no caso.
O MPF quer que a Funai coordene e envie uma equipe para o local, acompanhada do grupo tático da PF, a fim de apurar a situação atual do conflito na aldeia e intermediar uma solução pacífica.
Demarcação de terras
A Aldeia Kapotnhinore, onde aconteceu o incidente, está localizada em uma área reivindicada pelos caiapós como terra indígena.
Em 2011, o Ministério Público Federal instaurou um inquérito civil para fiscalizar o processo de demarcação e a regularização fundiária da terra indígena Kapotnhinore.
A aldeia onde os índios estão mobilizados fica localizada em uma região de difícil acesso, nas proximidades de Santa Cruz do Xingu e Vila Rica, no Extremo- Norte de Mato Grosso, na divisa com o Estado do Pará.
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